Conselho de Segurança aprova sanções severas contra Irã

Conselho de Segurança aprova medidas severas que entram em vigor neste sábado (27) com embargo de armas e restrições econômicas.

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Tehran (Iran (Islamic Republic Of)), 27/09/2025.- An Iranian Kheibar-Shekan medium-range ballistic missile (MRBM) placed next to a large banner depicting Iranian supreme leader Ayatollah Ali Khamenei (C) in Baharestan Square in Tehran, Iran, 27 September 2025. According to state media, Iran has recalled its envoys to Britain, France, and Germany for consultations after the three countries (E3) initiated a 'snapback' process to restore UN sanctions over Iran's alleged failure to meet its nuclear program commitments. (Francia, Alemania, Reino Unido, Teherán) EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

Retomada de Sanções da ONU Contra o Irã

Todas as resoluções da ONU relativas a sanções contra Teerã, levantadas em virtude do acordo de 2015, serão reimpostas na noite deste sábado (27), salvo um avanço diplomático improvável de última hora. O Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês), assinado em 2015 pelo Irã e pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia –, além da Alemanha e da União Europeia, permitiu à ONU suspender as sanções internacionais contra Teerã em troca de restrições ao seu programa nuclear.

Mas as sanções voltarão a entrar em vigor à meia-noite GMT (21h em Brasília) com a ativação de um mecanismo de reimposição (“snapback”) solicitado em 28 de agosto pelo grupo E3 (Alemanha, França, Reino Unido), que considerou que o Irã não cumpriu suas obrigações. A seguir, a AFP explica o que implica o “snapback”:

A Quem ou ao Quem se Dirigem as Sanções?

As sanções são dirigidas a empresas, entidades e indivíduos que contribuam diretamente ou indiretamente para o programa nuclear iraniano ou para o desenvolvimento de mísseis balísticos, seja fornecendo os equipamentos necessários, o conhecimento técnico ou o financiamento.

Quais Setores Serão Afetados?

As sanções que serão reimpostas incluem, em particular, um embargo de armas convencionais, que proíbe qualquer venda ou transferência de armas ao Irã. Portanto, serão proibidas as importações, exportações ou transferências de peças, bens e tecnologias relacionadas aos programas nucleares e de mísseis balísticos do Irã. Também serão congelados os ativos de entidades e indivíduos no exterior pertencentes a pessoas ou entidades iranianas vinculadas aos programas nucleares.

Outras Medidas?

Sim, a União Europeia adotou medidas próprias que aplicam e ampliam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. O objetivo dessas medidas é ter um impacto direto na economia iraniana, não apenas para dificultar a atividade nuclear, mas também para impor um custo econômico ao poder iraniano e forçá-lo a modificar seu comportamento em relação à proliferações nuclear.

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Retomada de Sanções Contra o Irã

As potências ocidentais temem que o Irã adquira armas nucleares, algo que Teerã nega categoricamente, ao mesmo tempo que defende seu direito de desenvolver um programa nuclear para fins civis. Por outro lado, os Estados Unidos já impõem suas próprias sanções, incluindo algumas que proíbem outros países de comprar petróleo iraniano, depois que os EUA retiraram os EUA do acordo de 2015 durante seu primeiro mandato (2017-2021).

Como o “Snapback” Entra em Vigor?

O processo de “snapback” reativa as resoluções da ONU, mas sua implementação prática exige que os Estados-membros da ONU atualizem suas leis para cumpri-las. A UE e o Reino Unido precisarão aprovar a legislação necessária para que as sanções sejam aplicadas, mas ainda não forneceram detalhes sobre esse processo.

As Sanções Serão Cumpridas?

As resoluções e sanções do Conselho de Segurança da ONU são vinculativas, mas regularmente violadas. A grande questão é se países como China e Rússia, que consideram ilegal a ativação do “snapback”, respeitarão as medidas contra o Irã. Alguns países, incluindo a China, continuaram a negociar com o Irã apesar das sanções dos EUA, que foram restabelecidas quando os EUA se retiraram do JCPOA em 2018. As potências europeias antecipam que a Rússia não cumprirá as sanções, mas não têm clareza sobre como a China reagirá, considerando que ela importa grandes quantidades de petróleo do Irã.

“Evadir as sanções tem um custo político, mas também econômico, porque as transações financeiras tornam-se mais caras”, observou Clément Therme, pesquisador associado do Instituto Internacional de Estudos Iranianos da Universidade Sorbonne. Haverá maior pressão, por exemplo, sobre empresas de transporte marítimo. “No caso das sanções da ONU, provavelmente não haverá um bloqueio total, mas os custos aumentarão” resumiu Therme.

Com informações da AFP

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