CV, criado em presídio com presos comuns e políticos na década de 70, usava o nome “Falange Vermelha”. Facção é 2ª maior do Brasil.
O Comando Vermelho (CV), atualmente a maior facção criminosa do Rio de Janeiro e a segunda do Brasil, tem uma história que remonta a 1971. Sua fundação ocorreu dentro do Instituto Penal Cândido Mendes, em Ilha Grande, durante a Ditadura Militar, com o objetivo de combater a tortura e maus-tratos sofridos por presos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A convivência entre presos comuns e políticos, em um ambiente de condições precárias, como o “Caldeirão do Inferno”, foi um dos fatores que levaram à organização e ao surgimento da facção. A figura central nesse início foi William da Silva Lima, conhecido como “Professor”, que passou mais de 30 anos preso, condenado por crimes como assaltos a banco, extorsão e sequesto.
Ele se tornou o principal representante dos presos, articulando a resistência e a organização dentro da penitenciária.
Inicialmente chamado de “Falange Vermelha”, o CV se desenvolveu a partir da liderança de “Professor”. A facção se caracterizou por fugas frequentes de presídios, investimento no tráfico de drogas, principalmente cocaína, e expansão para fora das prisões, dominando pontos de venda e, posteriormente, bocas de fumo em diversas regiões do Rio de Janeiro.
Entre 1983 e 1986, o CV expandiu sua atuação, consolidando seu poder e influência no mercado de drogas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A história do CV é marcada por conflitos internos e alianças estratégicas. Em 1994, um dos momentos de maior tensão ocorreu com a traição do criminoso Orlando Jogador, líder do CV no Complexo do Alemão, que foi assassinado por “Uê”. A partir desse evento, Uê fundou uma facção rival, a ADA (Amigo dos Amigos).
Além disso, o CV enfrentou a concorrência de outras facções, como a milícia e o TCP (Terceiro Comando Puro), e, em um momento de estratégia, chegou a se aliar ao PCC (Primeiro Comando da Capital) para compartilhar rotas de tráfico. No entanto, essa aliança não durou, e as forças de segurança indicaram uma ruptura entre as facções em meados de 2016.
Atualmente, o Comando Vermelho é a maior facção do Rio de Janeiro e a segunda do Brasil. A organização possui características que se assemelham às de uma máfia, com um esquema que domina a cadeia produtiva de diversas atividades ilegais. O tráfico de drogas continua sendo o principal ramo de atuação, mas a facção expandiu sua forma de garantir armas, utilizando não apenas armas importadas, mas também a fabricação de um “arsenal bélico” no Brasil.
Recentes episódios mostram o uso de tecnologias como drones durante as operações, indicando um avanço na forma como o CV conduz suas atividades.
Em fevereiro de 2025, um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que o tráfico de cocaína perdeu relevância como principal fonte de renda do crime organizado no Brasil. Atividades como a venda irregular de combustível, ouro, cigarro e álcool se tornaram mais lucrativas.
As facções, incluindo o PCC e o CV, movimentaram R$ 146,8 bilhões em 2022 com a comercialização desses produtos, enquanto o tráfico de cocaína gerou R$ 15 bilhões.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!