Expansão do Comando Vermelho: Rio de Janeiro se Torna Centro de Treinamento Nacional
O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, informou que o Estado está “exportando o modelo criminoso” do Comando Vermelho para outras regiões do país. Segundo ele, o Rio se tornou um centro de formação e treinamento de integrantes de facções que atuam em diferentes Estados.
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A operação Contenção resultou na prisão de 113 pessoas e na morte de 117 criminosos.
“Criminosos vêm de fora, são treinados aqui e retornam aos seus Estados para replicar a cultura da facção”, declarou Felipe Curi durante entrevista a jornalistas.
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Complexos da Penha e do Alemão: Quartel-General Nacional
O secretário afirmou que os complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, funcionam como uma espécie de quartel-general nacional da facção. Nesses locais, segundo ele, são realizados treinamentos de tiro, táticas de guerrilha e manuseio de armamento, além de processos de recrutamento e formação de novos integrantes.
“Os complexos da Penha e do Alemão passaram a ser o QG do Comando Vermelho em nível nacional. É de lá que partem todas as ordens, decisões e diretrizes da facção para os outros Estados onde o grupo atua”, disse Felipe Curi.
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Fatores que Contribuem para a Expansão
O secretário detalhou que o fenômeno é resultado de restrições impostas às operações policiais nos últimos anos. “Essas limitações fortaleceram o crime organizado e transformaram algumas comunidades em bases de comando e expansão do tráfico para o restante do país”, declarou.
Ele comparou o avanço das facções ao processo de interiorização do tráfico após a criação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). “Assim como as UPPs espalharam o tráfico dentro do Rio, agora vemos a metástase nacional do crime. O modelo do Comando Vermelho está se reproduzindo em todo o Brasil”, afirmou.
Balanço da Operação Contenção
A operação Contenção resultou na prisão de 113 pessoas, incluindo 33 de outros Estados. Foram apreendidos 10 adolescentes e cumpridos cerca de 100 mandados de prisão. A operação também resultou na apreensão de 180 mandados de busca e apreensão. 117 indivíduos foram identificados como “narcoterroristas neutralizados”. Os suspeitos envolvidos em crimes graves, como homicídio, tráfico e roubo, totalizaram 78 indivíduos. A investigação identificou suspeitos de 8 Estados fora do Rio, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
Entre os mortos na operação, estavam chefes do tráfico de diferentes Estados: PP (Pará), Oruan (Pará), Chico Rato (Manaus – AM), Gringo (Manaus – AM), DG (Bahia), FB (Bahia), Russo (Vitória – ES), Mazola (Feira de Santana – BA), Fernando Henrique dos Santos (Goiás) e Rodinha (Itaberaí – GO).
Segundo o secretário, pelo menos 1/3 dos presos na operação eram de outros Estados, confirmando alertas feitos há 5 anos sobre o Rio se tornar uma base operacional para o crime organizado nacional.
