Colégio Agostiniano Mendel: Projeto Lixo Zero Impulsiona Sustentabilidade

Colégio Agostiniano Mendel implementa projeto “Lixo Zero” com foco em sustentabilidade. Inovação na gestão de resíduos com engajamento de alunos e comunidade.

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(Imagem de reprodução da internet).

Colégio Agostiniano Mendel: Um Modelo de Educação Sustentável

Localizado na zona leste de São Paulo, o Colégio Agostiniano Mendel se destaca por sua abordagem inovadora em educação ambiental. A instituição, que se define como uma “pequena cidade em um quarteirão”, abrange quase 4.800 alunos e mais de 730 colaboradores, criando um desafio significativo em relação à gestão de resíduos.

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Por anos, a equipe pedagógica buscou soluções para reduzir o volume de lixo produzido, com campanhas pontuais e ações em datas específicas. No entanto, a falta de continuidade e participação ativa dos estudantes eram obstáculos.

O Conceito de Lixo Zero

A mudança veio com um curso promovido pela prefeitura de Guarulhos, que apresentou o conceito de “lixo zero” à equipe. Essa metodologia vai além da simples separação de recicláveis, abrangendo uma gestão de resíduos que visa engajar alunos, famílias e colaboradores em práticas de economia circular e consumo consciente.

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A professora Luciana Barão Acuña, uma das líderes do projeto, explica que o objetivo é trabalhar de forma prática temas como esses, tornando-os acessíveis à realidade dos alunos.

Implementação do Projeto

O projeto começou em um andar do 7º ano do ensino fundamental, com duas lixeiras: uma para resíduos recicláveis e outra para o que não podia ser reaproveitado. A equipe fez algo incomum: analisou o caminho do lixo, compreendendo o ciclo de vida dos materiais.

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Essa análise revelou que, com orientação adequada, o volume de resíduos não recicláveis era menor do que se imaginava. Em 15 dias, o teste mostrou que o novo sistema era viável, simplificando o trabalho da equipe de limpeza e reduzindo a necessidade de recolhimento diário do reciclável.

Engajamento e Resultados

O sucesso do projeto impulsionou sua expansão para outros andares e prédios, com ajustes para cada espaço. O maior desafio não foi logístico, mas sim o engajamento dos alunos. A ideia de reunir toda a comunidade em um auditório ou pátio para discutir o lixo era inviável.

A solução foi criar um grupo de representantes do Lixo Zero, com pessoas de diferentes setores da escola. Os alunos formaram um grupo inicial, voluntários que observaram o dia a dia da escola e sugeriram melhorias. Muitas ideias pareciam “malucas”, mas com o apoio da equipe pedagógica, foram transformadas em ações concretas.

Hoje, o colégio mantém um grupo de ação socioambiental, com alunos do fundamental e do médio, dedicado a fortalecer o projeto e pensar formas de ampliar seu impacto.

Impacto e Expansão da Rede

O projeto se espalhou para além dos muros do colégio. As crianças cobraram o mesmo padrão de organização de resíduos em casa, e muitas famílias procuraram a coordenação para entender o modelo e replicar parte das práticas em casa. Para aproximar responsáveis e comunidade, o Mendel promove oficinas e palestras em momentos de grande circulação, como mostras culturais e eventos temáticos.

A escola oferece experiências práticas, em que pais e filhos participam juntos de atividades ligadas ao reaproveitamento de materiais, compostagem e consumo consciente. Com o programa “Mendel de portas abertas”, o colégio recebe escolas e empresas interessadas em conhecer o projeto, seja por visitas presenciais ou videoconferências.

Alunos do grupo socioambiental vão a creches, escolas e faculdades para explicar o projeto, e a equipe pedagógica escreveu um livro com 13 práticas pedagógicas ligadas ao Lixo Zero, incluindo jogos e oficinas que funcionam bem com seus alunos. Um congresso de escolas Lixo Zero foi organizado, reunindo instituições públicas e privadas de diferentes perfis e regiões do país.

O material, ilustrado e didático, funciona como guia prático para outras escolas que querem sair do discurso e entrar na rotina. Um novo paradigma já está em produção, reforçando a ideia de que o projeto extrapola a fala em eventos e ganha força quando se transforma em ferramenta concreta de trabalho.

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