Uma coalizão de organizações não governamentais (ONGs) manifestou preocupação com a significativa presença de lobistas ligados à indústria de combustíveis fósseis nas negociações climáticas da COP30, que ocorreram em Belém, no Pará. A análise da coalizão, denominada ‘Kick Big Polluters Out’ (KBPO), revelou que 1.602 delegados com vínculos com setores como petróleo, gás e carvão participaram do evento.
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A proporção de lobistas foi de 3,8% do total de participantes, um número recorde documentado pela KBPO, que superou a COP28 em Dubai, onde foram registrados 2.456 lobistas, representando 3% do total de participantes.
A lista de participantes incluía representantes de grandes empresas como ExxonMobil, Chevron, Shell e TotalEnergies, além de empresas estatais de países da África, China e do Golfo, incluindo a fabricante alemã de automóveis Volkswagen, a gigante dinamarquesa Maersk, e a estatal de energias renováveis Masdar, dos Emirados Árabes Unidos.
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Empresas com Vínculos Diversificados
A KBPO também identificou a presença de empresas com diferentes áreas de atuação, como a Fundação de Sustentabilidade de Veneza, que inclui a petrolífera italiana Eni, e o gigante dinamarquês de energia eólica Orsted, que possui um negócio no comércio de gás, assim como a francesa EDF, apesar de sua maior parte de energia vir de usinas nucleares.
Critérios de Identificação
A coalizão define um lobista de combustíveis fósseis como qualquer delegado que represente uma organização ou seja membro de uma delegação com o objetivo de influenciar políticas ou legislações que sirvam aos interesses do setor de petróleo, gás e carvão.
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Desafios na Comparação de Dados
A ONU começou a publicar uma lista mais completa de participantes na COP28, o que dificulta as comparações históricas com outras cúpulas anteriores.
A KBPO iniciou sua análise da lista oficial dos participantes em 2021.
Reflexões sobre o Evento
A presença de lobistas em negociações climáticas levanta questões sobre a capacidade de alcançar acordos eficazes para combater as mudanças climáticas, considerando os interesses das indústrias que contribuem para o problema.
