Impacto Tarifário Brasileiro-Mexicano: Análise da CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que o tarifaço proposto pelo México contra o Brasil pode gerar um impacto de até US$ 1,7 bilhão nas exportações do país. A análise, baseada em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e da Reuters, aponta para um cenário de desafios para o comércio bilateral.
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Principais Dados e Estimativas
De acordo com a CNI, o México importou US$ 7,14 bilhões em produtos brasileiros entre janeiro e novembro de 2025, representando 2,2% das exportações totais do Brasil para o mundo. A instituição estima que 14,7% do volume exportado para o México em 2024, ou seja, US$ 1,7 bilhão, possa ser afetado pelas novas tarifas.
Acordos Comerciais e a Competição
A CNI ressalta que os acordos comerciais vigentes entre Brasil e México são considerados insuficientes para neutralizar os impactos tarifários. A instituição defende a necessidade de um acordo de livre comércio mais abrangente para proteger e ampliar a relação comercial bilateral.
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Setores e Produtos Mais Vulneráveis
A análise da CNI identifica o setor de veículos automotores como o mais impactado, com um potencial de perda de US$ 922,3 milhões (53,8% do valor total afetado). Entre os produtos mais vulneráveis, destacam-se motores de pistão, veículos de passageiros e suas partes e acessórios. Além disso, 67,6% do valor potencialmente afetado corresponde a bens intermediários, insumos utilizados no comércio intraindústria.
Programa de Proteção e o Diálogo Bilateral
O governo mexicano propôs o Programa de Protección para las Industrias Estratégicas, que visa aumentar as tarifas de importação de 983 produtos e abrange 19 setores industriais. A alíquota média pode mais que dobrar, passando de 16,1% para 33,8%, e alcançar até 50% em determinados códigos tarifários.
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A CNI enfatiza a importância do diálogo bilateral entre os governos para isentar ou diferenciar os produtos brasileiros das tarifas.
Perspectivas e Desafios
A CNI considera que a medida mexicana representa um desafio para a competitividade brasileira e defende a necessidade de um acordo de livre comércio mais abrangente. A instituição aguarda a confirmação de possíveis alterações no escopo da medida para estimar um impacto mais preciso sobre as exportações brasileiras.
