A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) expressa preocupação com um possível aumento da inflação em 2026, mesmo após o setor agropecuário ter desempenhado um papel crucial na redução da inflação de alimentos em 2025. O diretor técnico da entidade, Bruno Lucchi, ressaltou a contribuição do agronegócio para diminuir a inflação de alimentos no domicílio em 6,18 pontos percentuais, impactando positivamente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em torno de 4,4% durante o ano.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fatores que Influenciam o Cenário Futuro
No entanto, para o próximo ano, o cenário é considerado mais desafiador, diretamente influenciado pela política fiscal do governo. Segundo Lucchi, o Boletim Focus mais recente, divulgado na segunda-feira (8), projeta uma inflação próxima de 4% em 2026, mas essa projeção pode ser elevada caso haja aumento de gastos públicos em um ano eleitoral.
A ausência de manifestações governamentais sobre o controle de gastos é vista como um fator de risco.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Impacto nos Preços dos Alimentos
O comportamento dos preços dos alimentos continuará sendo determinante no índice cheio. A queda de cerca de 1,3% na carne bovina em 2025, devido à retenção de fêmeas, é vista como um fator positivo. Contudo, a expansão da produção de frango e suíno tende a amenizar o impacto para o consumidor. A expectativa é que o aumento da produção de suínos e aves, que crescem rapidamente quando a carne bovina sobe, ajude a manter os preços abaixo da inflação.
Desafios para o Setor Produtivo
Lucchi enfatiza que a estabilidade de preços dependerá também da capacidade do setor de manter investimentos e produtividade. Um dos principais desafios é o alto endividamento e a dificuldade de acesso ao crédito, o que aumenta a vulnerabilidade climática e financeira dos produtores. O diretor acredita que essa situação persistirá em 2026, sem solução imediata.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Projeções e Riscos para o Agro em 2026
A CNA projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário de 1% a 2% para 2026, alertando para os riscos associados ao cenário econômico e financeiro.