No painel “O Brasil que Move o Mundo”, realizado durante o Forbes Agro100, o jornalista Cláudio Gradilone conduziu um debate com Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, e Bruno Romano, cofundador da Timbro Trading Brasil. Os participantes analisaram os desafios e as prioridades para os próximos três anos no setor agro.

Desafios e Perspectivas

Tomazoni e Romano discutiram o cenário internacional, marcado por tarifas, problemas logísticos e mudanças nas alianças comerciais. Tomazoni destacou que 2025 foi um período positivo para o Brasil, enfatizando o papel do país na busca por soluções climáticas.

Romano, por sua vez, classificou o ano como desafiador, devido a gargalos logísticos e à volatilidade do mercado.

Estratégias das Empresas

Tomazoni explicou a estratégia da JBS, focada na diversificação como forma de mitigar a volatilidade. Ele mencionou as diferenças nos ciclos de produção entre Brasil, Estados Unidos e Austrália como exemplos de como a empresa garante o fluxo de caixa em momentos de instabilidade.

Romano, representando a Timbro Trading Brasil, ressaltou a importância de buscar oportunidades, mesmo em cenários desafiadores, e citou a expectativa de exportar 2,5 milhões de toneladas de açúcar, posicionando a empresa como líder no mercado africano.

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Mercado e Oportunidades

Os debatedores concordaram que a escala industrial global e a capilaridade comercial formam uma base sólida para navegar em mercados fragmentados. Tomazoni afirmou que o Brasil tem potencial para ser um importante fornecedor de proteínas e bioenergia.

Romano enfatizou a importância de fortalecer a marca do país para obter prêmios sobre a commodity, o que pode influenciar as decisões de compra em momentos de alta competitividade.

Desafios Logísticos e Narrativa

Romano apontou a infraestrutura como um dos principais obstáculos ao crescimento do setor. Ele ressaltou que a logística, desde a produção até a entrega no mundo, é um desafio crucial. Tomazoni mencionou a importância de superar a percepção internacional sobre sustentabilidade, destacando um caso em que um grande comprador mudou sua visão após visitar as operações no Brasil.

A discussão também abordou a necessidade de avançar em infraestrutura, narrativa e coordenação institucional para ampliar os mercados, especialmente em regiões como Índia e África, onde a demanda por produtos brasileiros ainda enfrenta entraves financeiros e logísticos.