Megaoperação na Penha é a mais letal da história do Brasil: 121 mortos, incluindo policiais. Operação Contenção supera Carandiru e gera controvérsias.
A operação Contenção, desencadeada na terça-feira (28 de outubro) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, elevou o patamar de letalidade, tornando-se a mais mortífera da história do país, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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O governo do Estado comunicou um balanço de 121 mortos, incluindo quatro policiais. A ação superou em número de vítimas o massacre do Carandiru, em 1992, que resultou em 111 mortes.
O número exato de vítimas da operação Contenção tem sido objeto de alterações. A Defensoria Pública do Rio informou que o número de mortos é de 132, devido à inclusão de corpos não ainda levados ao Instituto Médico Legal (IML). Anteriormente, o secretário de Polícia Civil, e o secretário de Estado da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, haviam divulgado números variando entre 119 e 121.
O governador Cláudio Castro, por sua vez, classificou a operação como “sucesso” e defendeu que o episódio não deveria ser politizado. “Todo aquele que quiser vir para cá no intuito de somar, seja governador, seja ministro, qualquer autoridade, é bem-vindo.
Quem quiser somar com o Rio de Janeiro nesse momento no combate à criminalidade é bem-vindo,” declarou.
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O Fórum Brasileiro de Segurança Pública criticou a condução da operação, considerando-a “mais pelo viés político” do que pela racionalidade técnica e planejamento estratégico. A organização também apontou falhas na gestão da cena de crime, com corpos sendo deixados em área de mata sem ação de isolamento e preservação, o que, segundo a organização, demonstra descumprimento das regras processuais penais.
A Defensoria Pública ressaltou que os corpos encontrados na praça São Lucas estavam vestindo apenas roupas íntimas, o que gerou questionamentos sobre a forma como a operação foi conduzida.
Moradores do Complexo da Penha relataram a retirada de aproximadamente 70 corpos de uma área de mata e os colocaram em fila em uma praça. O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que os corpos são de “narcoterroristas”, e que os moradores retiraram as roupas balísticas utilizadas pelos criminosos.
O governador Cláudio Castro reiterou que as únicas vítimas da operação foram os quatro policiais.
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