O Ministério da Saúde de Gaza declarou nesta segunda-feira (18) que cinco palestinos faleceram por inanição nas últimas 24 horas, incluindo duas crianças, e a Anistia Internacional alega que Israel está “conduzindo uma campanha deliberada de fome” em Gaza. Com essas novas mortes, o número total de mortes de palestinos em Gaza devido à fome causada por Israel atinge 263, sendo 112 crianças.
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Israel conduz uma campanha de fome intencional em Gaza, conforme denunciado pela Anistia Internacional nesta segunda-feira (18). Ao mesmo tempo, a Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas ONGs alertam para uma fome iminente no território palestino, devastado por mais de 22 meses de conflito. A ação destrói sistematicamente a saúde, o bem-estar e o tecido social na Faixa de Gaza, alertou a organização em comunicado, após entrevistar 19 moradores de campos de deslocados e dois membros das equipes médicas que atendem crianças com desnutrição.
A AFP procura o Ministério das Relações Exteriores e o Exército israelenses, que até o momento não responderam. Para a organização não governamental de defesa dos direitos humanos, os depoimentos reunidos confirmam que “a combinação fatal de fome e doença não é uma consequência infeliz das operações militares israelenses” em Gaza.
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A Organização da Anistia Internacional afirmou que o resultado intencional dos planos e políticas elaborados e aplicados por Israel durante os últimos 22 meses é infligir deliberadamente aos palestinos de Gaza condições de vida calculadas para provocar sua destruição física, o que é parte integrante do genocídio que Israel está executando contra os palestinos de Gaza.
A Anistia Internacional acusou, em abril, as autoridades israelenses de praticar um “genocídio em tempo real” no território palestino, afirmação que o Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou como “mentiras infundadas”.
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O Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos ocupados, declarou em 12 de agosto que não existia “nenhum indicativo de desnutrição generalizada” na Faixa de Gaza, contestando os dados do movimento islamista palestino Hamas sobre as mortes causadas pela desnutrição.
Israel mantém o bloqueio a Gaza desde outubro de 2023. Em março, o país submeteu os 2,4 milhões de habitantes de Gaza a um bloqueio total da ajuda humanitária, que foi parcialmente flexibilizado em maio e depois no final de julho, frente às crescentes críticas internacionais.
O debate sobre classificar a fome como crime de guerra em vários conflitos contemporâneos tem se intensificado. Apesar da indignação global provocada pelo genocídio em Gaza, não houve condenação por tribunais internacionais sobre a natureza desse crime.
Além da fome, a guerra causa sofrimento e destruição.
Israel intensifica os ataques à maior cidade de Gaza antes dos planos de retomada, com pelo menos 17 palestinos mortos em ataques israelenses na Faixa desde o início desta segunda-feira, incluindo oito que procuravam assistência. Israel prossegue com seus ataques em toda a Faixa de Gaza, incluindo um ataque ao bairro de Daraj, na Cidade de Gaza, que ceifou a vida de três palestinos, entre eles uma criança.
O número total de mortos desde 7 de outubro de 2023 atingiu 62.004, com 156.230 feridos. Desde 18 de março de 2025, quando Israel decretou o cessar-fogo mais recente, pelo menos 10.460 pessoas faleceram e 44.189 ficaram feridas.
Fonte por: Brasil de Fato
