Novo estudo revela que a Terra foi significativamente mais fria no final do século XVIII. Cientistas do Reino Unido lançam conjunto de dados de temperatura retrocedido até 1781
A taxa de poluição que aquece o planeta disparou após o fim da Segunda Guerra Mundial. A máquina a vapor de James Watt, lançada em 1769, inaugurou a Revolução Industrial. Antes disso, por milênios, a humanidade desmatava terras para a agricultura, liberando carbono da vegetação para a atmosfera.
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A magnitude do aquecimento global sempre dependeu do referencial – qual temperatura consideramos normal antes da intervenção humana. Mas qual ano define esse ponto? O inovador conjunto de dados de temperatura divulgado por cientistas do Reino Unido responde a essa pergunta.
Este novo conjunto de dados, que se estende até 1781, é notável por revelar uma Terra significativamente mais fria do final do século XVIII em comparação com o período de 1850-1900, que é o período de referência usado para avaliar as mudanças climáticas.
No entanto, os cientistas alertam que nem todo o aquecimento observado entre os dois períodos é atribuível às atividades humanas.
A influência humana não é o único fator. Duas erupções vulcânicas poderosas no início do século XIX causaram um resfriamento perceptível na Terra. Partículas dessas erupções se espalharam pela estratosfera, bloqueando a luz solar. O efeito de resfriamento dessas erupções, juntamente com o aquecimento natural, explica parte do que foi erroneamente interpretado como um aumento descontrolado do aquecimento global.
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A pesquisa GloSAT combina medições de temperatura antigas com dados modernos. Os registros de temperatura mais antigos, como o que começou em Hohenpeissenberg, na Baviera, em 1781, revelam um aquecimento regional de quase 3 graus entre os últimos 10 anos e o período de 1781 a 1849.
A coleta de dados para entender as mudanças climáticas é um esforço complexo. Os registros começaram com observadores humanos, que documentavam as mudanças locais. A combinação desses esforços ajuda os pesquisadores modernos a entender o que estava acontecendo em escala global.
A reconstrução das temperaturas nos oceanos é um desafio, pois as medições são mais esparsas. Os registros de temperatura dos navios, como os da Companhia Britânica das Índias Orientais, fornecem informações valiosas sobre as temperaturas do ar oceânico, que foram medidas com mais frequência do que as temperaturas da água.
Embora o novo conjunto de dados sugira um aquecimento anterior, os cientistas enfatizam que isso não invalida as metas climáticas estabelecidas. No entanto, a descoberta de um aquecimento adicional pode influenciar a forma como entendemos o impacto humano no sistema climático.
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