Na quarta-feira (10), às 13h, moradores das Áreas de Regularização de Interesse Social do Distrito Federal realizarão uma marcha em frente ao Palácio do Buriti, em Brasília. A manifestação reivindica a inclusão de propostas populares na revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), que está atrasada desde 2019.

Após o ato, os manifestantes seguirão até a Câmara Legislativa do DF (CLDF), onde entregarão uma carta com 13 propostas aos deputados distritais.

A marcha de quarta-feira visa defender direitos fundamentais, incluindo saneamento, regularização fundiária e acesso à água potável. A mobilização foi organizada pelo Movimento Vida e Água para as Aris, que surgiu a partir de um projeto de extensão da Universidade de Brasília (UnB), iniciado em abril de 2020, durante a pandemia de Covid-19, com ênfase na metodologia de pesquisa-ação e no fortalecimento da população.

Cerca de 200 mil pessoas, muitas sem acesso à água tratada ou infraestrutura urbana básica, residem nas Áreas de Regularização de Interesse Social no Distrito Federal. A legislação vigente, de 2009, demanda revisão a cada 10 anos, prazo que expirou em 2019. Contudo, o Governo do Distrito Federal (GDF) iniciou esse processo somente em 2023 e ainda não enviou o novo projeto à Câmara Legislativa.

A marcha é resultado de um trabalho coletivo, construído desde as bases das comunidades e articulado por uma rede de lideranças populares em dez eixos territoriais do DF. Em abril de 2025, mais de 300 moradores participaram da primeira audiência pública da CLDF exclusivamente sobre as Aris.

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A mobilização desta quarta-feira é uma continuidade desse processo participativo. Após o ato em frente ao Buriti, os manifestantes marcharam até a sede da Câmara Legislativa, onde esperam ser recebidos por parlamentares da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos e Socioambientais das Aris.

O documento a ser apresentado aos deputados distritais da Frente Parlamentar em Defesa das Aris, liderada pelo deputado Fábio Félix (Psol-DF), inclui 13 pontos prioritários:

• Regularização e urbanização completa das 56 ARIS atualmente reconhecidas.
• Garantia de água potável tratada em caráter de emergência.
• Desenvolvimento de infraestrutura básica, incluindo iluminação, pavimentação, centros comunitários e acesso à internet.
• Integração de programas específicos para as ARIS no PAC-DF e nas leis orçamentárias.
• Implementação de uma política de proteção ambiental nos territórios das ARIS e região circundante.

A expectativa do Movimento Vida & Água é que a referida carta seja integrada oficialmente ao processo de revisão do PDOT.

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Fonte por: Brasil de Fato