Encontro em Pequim busca desescalar guerra tarifária com os EUA nesta semana. Leia na íntegra no Poder360.
O Partido Comunista da China (PCCH) realizará nesta semana, em Pequim, o último grande evento que determinará o novo Plano Quinquenal Nacional (PQN), responsável por definir as diretrizes e objetivos da economia chinesa até 2030. A 4ª Sessão Plenária do Comitê Central do PCCH iniciará na segunda-feira (20.out.2025) e se estenderá até a quinta-feira (23.out).
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A constituição chinesa atribui ao Comitê Central o poder de tomar as decisões sobre as principais políticas nacionais. O Comitê Central é composto por 205 membros. As sessões plenárias do Comitê Central, chamadas de “plenos”, são realizadas 7 vezes ao longo de um período de 5 anos.
O PQN normalmente é discutido no 5º pleno, que geralmente se dá no 3º ano, mas as sessões tiveram um atraso fora do normal e será no 4º pleno o alinhamento geral do plano quinquenal. O último pleno foi realizado em julho de 2024.
Além da importância por discutir o PQN, o 4º pleno fica ainda mais emblemático por ser o 1º encontro do Comitê Central depois da escalada da guerra tarifária com os Estados Unidos. No período desde a última sessão, também houve discordâncias comerciais com a União Europeia, influenciadas em parte pela nova política protecionista impulsionada pela Casa Branca.
O pleno também será realizado 1 semana antes do encontro marcado entre o presidente chinês Xi Jinping (PCCH) e o chefe da Casa Branca, Donald Trump (Partido Republicano) na Coreia do Sul.
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O embate comercial entre a China e os EUA voltou a se intensificar em outubro, quando Trump anunciou uma taxação de 100% sobre produtos chineses. Foi a 1ª vez desde maio que a Casa Branca voltou a aplicar tarifas sobre os chineses.
Ao final dos plenos, é apresentado um comunicado que torna públicas as principais decisões tomadas. Depois da aprovação na 4ª Sessão Plenária, o plano será submetido à sessão legislativa anual em março de 2026 para receber endosso final antes de entrar em vigor.
Considerando os principais desafios enfrentados pela economia chinesa durante o ciclo do último plano quinquenal, é possível identificar alguns dos pontos que deverão ser abordados no próximo ciclo.
Um dos principais pontos deve ser uma estratégia para contornar o endurecimento das relações comerciais em virtude da guerra comercial com os EUA. Até o momento, as exportações, que foram um grande motor econômico para o país, chinesas têm se mantido em um patamar elevado. No entanto, um cenário de perda das relações com os norte-americanos –em especial no setor tecnológico– e com a União Europeia pode impactar a economia chinesa.
Outra questão a ser abordada pelo governo chinês é o fortalecimento da demanda interna. Nos últimos anos, o PCCH tem lutado para reverter um cenário de deflação, ou seja, uma redução nos gastos domésticos dos chineses. Segundo dados do Banco Mundial, o consumo das famílias chinesas como porcentagem do PIB (Produto Interno Bruto), que representava 45,5% em 2001, caiu para 39,1% em 2023. Isso se compara a 67,9% nos EUA, 49,9% na Alemanha e 55,6% no Japão.
Na China a pirâmide populacional está invertida, e, há anos, o governo tenta encontrar soluções para o processo de envelhecimento da população. Em 2016, o governo chinês flexibilizou a política de filho único, implementada no final dos anos 1970 para controlar a natalidade, mas ainda não recuperou um padrão de crescimento. O envelhecimento da população em idade ativa também pressiona o custo de mão de obra e aumenta a carga de cuidados com idosos na sociedade e nas famílias.
O 4º Pleno do Comitê Central do PCCH representa um momento crucial para a definição do novo Plano Quinquenal Nacional, com foco em desafios como a instabilidade do comércio global, a demanda interna fraca e o envelhecimento da população chinesa.
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