Brasil possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, gerando oportunidades econômicas e diplomáticas na disputa entre China e EUA.
O governo da China anunciou recentemente medidas mais rígidas para controlar as exportações de terras raras, minerais essenciais para a produção de tecnologias de ponta. Essa decisão reacendeu tensões entre China e Estados Unidos, com o presidente Donald Trump expressando irritação e avaliando um “forte aumento” nas tarifas sobre importações chinesas.
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A preocupação de Trump com a dominância chinesa no setor não é recente. Atualmente, o mercado de terras raras é quase exclusivamente controlado pela China, e a administração Trump tem priorizado a redução da dependência em relação a Pequim. Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) revelam que 92% da produção mundial de terras raras ocorre na China, além de o país dominar o refino de outros minerais críticos, como lítio e cobalto.
O Brasil detém a segunda maior reserva mineral de terras raras do mundo, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, embora a produção e o refino sejam praticamente inexistentes no momento. O refino e o processamento desses minerais são processos complexos e dispendiosos, exigindo investimentos bilionários e com retorno a longo prazo. Autoridades brasileiras, tanto do governo federal quanto do setor privado, veem na nova escalada entre China e EUA oportunidades econômicas e diplomáticas, com a possibilidade de o Brasil se consolidar como fornecedor confiável de minerais críticos para o mundo.
Um exemplo concreto dessa iniciativa é o investimento da gigante australiana St George Mining em um centro tecnológico de terras raras em Araxá, Minas Gerais, em parceria com o CEFET-MG. A planta-piloto, que processará de 200 a 300 quilos de minério por hora, produzindo amostras de ferronióbio e concentrado de terras raras, será financiada e operada pela empresa nos primeiros três anos, com a subsequente operação conjunta com o CEFET e, finalmente, a total gestão e operação do centro pelo CEFET, consolidando a autonomia tecnológica nacional.
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