China impulsiona vendas de soja dos EUA e registra recorde de compras. Secretário Bessent e Secretária Rollins indicam possível acordo até a próxima semana
As recentes e significativas vendas de soja dos Estados Unidos para a China, que atingiram um recorde de 1,584 milhão de toneladas em três dias, representam um ponto de inflexão no mercado global de soja. Este aumento, que se estendeu por mais de dois anos, está diretamente ligado a um programa de compras acelerado por parte de Pequim, consequência de uma estratégia de evasão de suprimentos dos EUA por parte da China durante uma guerra comercial com Washington.
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Embora as vendas confirmadas, em torno de 1,6 milhão de toneladas, estejam abaixo do volume de 12 milhões de toneladas anunciado pelo Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o aumento impulsionou os preços das safras. Este evento desencadeou uma reação imediata, com agricultores norte-americanos acelerando as vendas de sua produção de soja de 2025.
A dinâmica do mercado foi amplificada pela presença de traders chineses que lucraram com a antecipação do acordo, reservando posições compradas quando os preços estavam em baixa. No entanto, os agricultores americanos, que adiaram as vendas devido aos preços baixos, não se beneficiaram diretamente desse aumento.
A alta nos preços da soja nos EUA, que atingiu um prêmio alto em relação aos embarques do exportador rival, o Brasil, tornou a soja dos EUA não competitiva para outros importadores, como Turquia e Vietnã. Essa situação também cria um problema para Pequim, que agora não precisa de mais grãos após grandes compras de safras sul-americanas.
Para acomodar as novas remessas dos EUA, a China precisa esvaziar parte de suas reservas nacionais, abrindo espaço para as importações. O acordo de compras entre Estados Unidos e China, selado em reuniões entre o presidente Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul em outubro, previa a compra de 12 milhões de toneladas até o final do ano.
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Embora Pequim não tenha confirmado oficialmente o compromisso de volume, a Secretária de Agricultura, Brooke Rollins e o Secretário do Tesouro Bessent indicaram que o acordo poderia ser fechado até a próxima semana. A complexidade da situação é evidenciada pela necessidade de ajustes e pela incerteza em torno do cronograma de implementação.
Analistas como Dan Basse, presidente da consultoria AgResource Co., expressam confiança na capacidade da China de atingir a meta de 12 milhões de toneladas até o final do ano, enquanto outros, como Brian Hoops da Midwest Market Solutions, apontam para um volume total de 2 a 3 milhões de toneladas, considerando as compras iniciais e as vendas recentes.
A paralisação do governo dos EUA, que atrasou o anúncio do pacote de ajuda aos produtores americanos, também adiciona uma camada de incerteza. A expectativa de um pacote de US$15 bilhões em pagamentos para ajudar os agricultores prejudicados por preços baixos e disputas comerciais, agora adiado, continua a influenciar as decisões do mercado.
Agricultores como Sherman Newlin, analista de commodities de Illinois, aceleraram as vendas de soja quando os preços começaram a subir, mesmo que essas vendas não tenham sido lucrativas devido aos custos de produção. As ofertas de soja à vista na Archer-Daniels-Midland em Decatur, Illinois, atingiam valores superiores aos preços de equilíbrio da região central de Illinois.
A incerteza em torno do pacote de ajuda aos produtores americanos e a paralisação do governo continuam a moldar as perspectivas futuras do mercado de soja, com a China buscando equilibrar suas necessidades internas com o aumento das importações dos EUA.
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