Desaceleração na Construção Imobiliária na China Sinaliza Mudança Estrutural
A construção de novas moradias na China está desacelerando a um ritmo alarmante, atingindo o nível mais baixo em mais de duas décadas. Dados oficiais divulgados em 15 de dezembro de 2025 revelam uma queda significativa na atividade de construção, com o início de obras residenciais caindo 19,9% nos primeiros 11 meses do ano, totalizando 392 milhões de metros quadrados.
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Paralelamente, as vendas de imóveis novos também diminuíram 8,1%, atingindo 658 milhões de metros quadrados. Essa desaceleração indica uma mudança estrutural no setor imobiliário chinês, focada na redução de estoques e na contenção da oferta, em vez de expansão.
Análise Histórica da Construção Imobiliária na China
Entre 1999 e 2014, a rápida urbanização impulsionou uma forte demanda por moradia, resultando em um crescimento constante na construção residencial. A relação entre lançamentos e vendas frequentemente excedia 110%, atingindo picos de até 150%.
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Em 2014, autoridades habitacionais iniciaram medidas para conter a oferta excessiva, levando a uma relação temporariamente abaixo de 100% entre 2015 e 2017. A recuperação das vendas a partir de 2018 impulsionou o setor até 2019, quando o início de novas moradias atingiu um recorde de 1,675 bilhão de metros quadrados, superando as vendas de 1,501 bilhão de metros quadrados.
Impacto das Políticas Governamentais e Tendências Atuais
A introdução da política das “3 linhas vermelhas” em agosto de 2020, que apertou o financiamento para incorporadoras, contribuiu para a desaceleração. Apesar de um recorde histórico de vendas em 2021, o início de obras residenciais caiu 11%, levando a uma relação abaixo de 100%.
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A contração se intensificou em 2022, com um despencamento de quase 40% no início de obras, e em 2023 e 2024, atingindo um novo mínimo em 2025. Atualmente, estima-se que o início de obras residenciais em 2025 seja de aproximadamente 430 milhões de metros quadrados, um declínio de cerca de 74% em relação ao pico de 2019, comparável ao nível observado em 2003.
Perspectivas e Desafios
O prazo médio de escoamento de imóveis novos em 100 cidades chinesas subiu para 27,4 meses, um tempo significativamente maior do que a faixa considerada saudável de 12 a 14 meses, segundo o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento E-House China. Especialistas, como Guo Zhen, chefe de análise imobiliária da GF Securities, preveem que o equilíbrio de longo prazo para transações anuais de novos imóveis residenciais na China estará entre 800 milhões e 850 milhões de metros quadrados, refletindo uma correção após anos de desenvolvimento intenso.
O governo chinês tem prometido políticas específicas por cidade para controlar a nova oferta, reduzir estoques e melhorar a qualidade das moradias, enquanto o setor espera uma estabilização gradual de preços e vendas.
