China ameaça retaliar e crise global se intensifica com novas tarifas de Trump
Trump estabelece prazo para novas tarifas, mercado deve ter volatilidade acentuada até 1º de novembro.
O anúncio de um novo imposto sobre a China, feito na sexta-feira (10) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode levar a retaliações chinesas nos próximos dias, segundo o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sérgio Vale. Caso a taxa adicional de 100% seja confirmada, há “grandes chances” de a China anunciar medidas semelhantes.
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Sérgio Vale acredita que, até 1º de novembro, data estabelecida por Trump para o início das novas tarifas, o mercado deverá enfrentar um período de alta volatilidade. A retaliação, anunciada, impactou negativamente diversos indicadores, como a queda do petróleo (mais de 4%), a queda do Ibovespa futuro (1,15%) e a redução das cotações de criptomoedas (bitcoin – 8,23% e ethereum – 14,56%), além do aumento do dólar futuro para novembro (2,67%).
A China respondeu com restrições às suas exportações de terras raras. O país é responsável por 70% da extração desses minerais e processa cerca de 90% do fornecimento global. Donald Trump classificou as medidas chinesas como “sinistras e hostis”, afirmando que elas “dificultariam a vida para praticamente todos os países”. Vale ressalta que “Trump e as empresas americanas precisam das terras raras chinesas”, o que limita a capacidade de negociação dos EUA.
Em relação à soja, outro ponto de discordância, a situação é de desvantagem para os Estados Unidos. Segundo Vale, o combate à imigração, o aumento dos preços de fertilizantes e equipamentos, e as tarifas elevadas, comprometeram a competitividade americana, levando a China a buscar soja no Brasil e na Argentina.
A política de tarifas de Donald Trump, segundo especialistas, não trará os resultados esperados em termos de balança comercial, arrecadação ou industrialização dos Estados Unidos, além de isolar o país, elevando a inflação.
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