A liderança financeira no país está passando por uma mudança significativa. Uma pesquisa conduzida pela Assetz Expert Recruitment, com a participação de 102 executivos de grandes empresas, revela que o papel da liderança está se expandindo rapidamente, influenciado pela inteligência artificial, exigências mais rigorosas de formação e novas demandas de liderança.
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Novas Tendências na Carreira em Finanças
A pesquisa identifica cinco sinais claros de transformação na carreira em Finanças, impactando tanto líderes experientes quanto aqueles que buscam posições de alto escalão. A trajetória para o C-Level se tornou mais longa, com a idade média para assumir essas funções subindo para 39 anos, refletindo um maior rigor na seleção de profissionais preparados para lidar com a volatilidade e os desafios tecnológicos.
A participação feminina também está em ascensão, aumentando de 10,16% em 2021 para 19,61% em 2025, embora as executivas ainda cheguem a esses cargos mais tarde, aos 43 anos, e com menos exposição a experiências consideradas estratégicas, como atuação internacional e participação em conselhos.
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Importância da Formação Técnica
Embora a formação em Administração continue sendo predominante (43,14%), a presença de CFOs com formação em Ciências Contábeis está crescendo rapidamente, mais que dobrando sua participação desde 2021. O investimento em educação continuada também é notável: 84,31% possuem MBA, e 40,70% já concluíram dois desses programas.
Além disso, 40,20% trabalharam no exterior por mais de um ano, demonstrando a valorização de um repertório global para atuação em empresas de grande porte.
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Experiência e Novas Prioridades
A participação em fusões e aquisições é quase universal entre grandes empresas (92,16% dos entrevistados), assim como projetos de ERP (88,24%) e Business Intelligence (86,27%). Para os próximos anos, inteligência artificial e automação são apontadas por 91,18% dos CFOs como principal prioridade da área financeira.
Essa mudança estrutural na forma de operar e liderar equipes, com ênfase na fluência tecnológica, é crucial para a evolução da carreira.
Desafios na Sucessão
O principal obstáculo para promover sucessores não é técnico: 44,64% dos líderes financeiros observam que profissionais deixam de avançar por falta de competências comportamentais necessárias para assumir posições mais seniores. Habilidades como resiliência, liderança e aprendizado contínuo são consolidadas, enquanto competências como ensino, mentoria, empatia e pensamento criativo são cada vez mais buscadas.
A preparação para liderança ainda apresenta desafios fora do domínio técnico.
Ambição e Preparo Estratégico
Os próximos passos desejados pelos CFOs incluem aumentar a ambição profissional, com 25,49% esperando se tornar CEOs e 21,57% desejando atuar em Conselhos de Administração. Ao mesmo tempo, as lideranças esperam que a área financeira se torne mais estratégica, orientada ao negócio e capaz de apoiar outras áreas na tomada de decisão.
Os CFOs reconhecem o Planejamento Estratégico como o conhecimento técnico mais necessário para os próximos anos (25,49% das menções), seguido por Business Support (20,59%).
Essas competências ainda não aparecem entre as mais consolidadas nem entre as prioridades de desenvolvimento, indicando que a transição para um papel mais estratégico avança em ritmo mais lento que outras demandas emergentes da função.
A carreira em Finanças passa por um processo contínuo de requalificação, impulsionado por tecnologia, novas competências e maior pressão estratégica sobre os líderes financeiros. Profissionais que desejam avançar tendem a se beneficiar de três movimentos claros apontados pela pesquisa: ampliar a exposição a experiências de negócio, fortalecer competências comportamentais e desenvolver fluência tecnológica, especialmente em inteligência artificial e automação.
