Central não autoriza aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília
O acordo fora divulgado em 28 de março e dependia da autorização do órgão regulador, que a recusou recentemente.

O Banco Central (BC) recusou a proposta de compra de uma parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), empresa estatal controlada pelo governo do Distrito Federal. O negócio, que havia sido divulgado em 28 de março, dependia da autorização do órgão regulador, a qual foi negada nesta semana. Em comunicado, o BRB informou que o contrato será rescindido após a decisão do BC. O Banco Master não se pronunciou sobre o assunto.
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A decisão seguiu o voto do diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Dias de Brito Gomes, que recomendou a recusa. Nos últimos dias, deputados do centro e da oposição chegaram a pressionar o Banco Central, ameaçando pautar um projeto que daria ao Congresso poder para destituir sua cúpula.
Desde o anúncio, especialistas interpretavam a negociação como uma tentativa de socorro ao Master, que cresceu de forma acelerada nos últimos anos com um modelo de negócios considerado arriscado. O banco captava recursos oferecendo altas taxas em CDBs e os aplicava em ativos de baixa liquidez, como precatórios, direitos creditórios e ações de empresas em dificuldade. Inicialmente, o BRB pretendia incorporar R$ 48 bilhões em ativos, mas, após a análise, esse montante foi reduzido para R$ 23,9 bilhões, o que gerou dúvidas sobre a consistência da operação.
Com a rejeição, cresce o risco de o Master ser submetido a intervenção do Banco Central, o que pode levar ao afastamento de seus administradores e à nomeação de um interventor. A decisão será do diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino dos Santos. O banco também está sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O órgão identificou suspeitas de crimes financeiros, incluindo investimentos fraudulentos que teriam aumentado o patrimônio da instituição. De acordo com a investigação, o Master destinou aproximadamente R$ 2,1 bilhões para empresas sem capacidade econômica para gerar retorno, algumas das quais estão ligadas a familiares do controlador, Daniel Vorcaro.
A CVM adverte que tais investimentos podem fragilizar o balanço patrimonial do banco. O Master, por sua vez, declara que os investimentos já foram totalmente pagos e não representam mais risco. Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou a Operação Carbono Oculto, que investiga a ocultação de patrimônio e conexões com o crime organizado. Embora o Master não tenha sido alvo direto, dois fundos da gestora Reag – Hans 95 e Reag Growth 95 –, que forneceram pelo menos R$ 1,2 bilhão ao banco em 2024, foram atingidos pela ação. O Master afirmou que a Reag é apenas uma prestadora de serviços e que a instituição está entre “centenas de clientes” da gestora.
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Fonte por: Jovem Pan