Cari Tuna, com Dustin Moskovitz, destina quase US$ 20 bilhões em doações estratégicas. Foco em saúde, IA e tecnologias emergentes. A fundação Good Ventures usa dados e avaliação de impacto para otimizar investimentos, como nos casos da OpenAI, Anthropic e Malaria Consortium
Cari Tuna, em parceria com seu marido, Dustin Moskovitz, está implementando um plano incomum de doação, com o objetivo de destinar quase toda sua fortuna estimada em mais de US$ 20 bilhões. Tuna, com sua experiência como ex-jornalista, lidera desde 2011 uma das frentes filantrópicas mais estratégicas do planeta, focando em saúde pública, segurança em inteligência artificial e desenvolvimento de tecnologias emergentes.
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A abordagem da fundação, Good Ventures, e da organização Open Philanthropy, demonstra como o uso de dados, avaliação de impacto e uma visão de longo prazo se tornaram elementos cruciais na alocação de capital, oferecendo lições valiosas para executivos e profissionais de finanças.
O modelo de atuação de Tuna e Moskovitz se inspira no altruísmo eficaz, buscando identificar, com base em evidências, quais causas oferecem o maior potencial de impacto por dólar investido. Essa lógica se assemelha à de fundos de investimento, mas com o objetivo de gerar benefícios para a sociedade.
Essa mentalidade é particularmente relevante para o setor financeiro, onde decisões de capital devem considerar fatores como sustentabilidade, impacto social, retorno a longo prazo e riscos regulatórios. A fundação investe em áreas como tratamento de malária na África, segurança de modelos de inteligência artificial em laboratórios como OpenAI, Anthropic e Google.
Os principais investimentos da fundação incluem US$ 30 milhões na OpenAI (em sua fase sem fins lucrativos, em 2017), US$ 124 milhões na Anthropic (em 2021), transferidos a uma ONG em 2025 para evitar conflitos de interesse, US$ 307 milhões ao Malaria Consortium, US$ 206 milhões à Evidence Action (que atua com água potável e vermifugação) e US$ 103 milhões à Helen Keller Intl, para suplementação de vitamina A.
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A equipe da Open Philanthropy, liderada por Tuna, avalia cada projeto com base em três critérios: importância, negligência (quantos outros estão atuando naquela causa) e viabilidade (o quanto a doação pode mudar o cenário).
Para medir o impacto real, a fundação utiliza métricas como os “anos de vida ajustados por incapacidade” (DALYs), que medem o impacto em saúde. Essa análise quantitativa permite otimizar a alocação de capital, buscando o máximo de impacto possível.
O modelo de Tuna demonstra como é possível aplicar princípios de análise quantitativa, estratégia de portfólio e mensuração de impacto na gestão de grandes fortunas.
O raciocínio de Tuna pode ser aplicado por líderes financeiros corporativos, especialmente em empresas que já atuam com ESG (Environmental, Social and Governance), investimentos sociais ou estruturação de fundos filantrópicos e de impacto. Além disso, Tuna atua ativamente na influência de políticas públicas, com doações de mais de US$ 3 milhões para atividades de lobby em 2025, visando regular a IA de forma segura.
O Open Philanthropy também se dedica a modelar cenários futuros e mapear riscos emergentes, um esforço que pode servir de referência para departamentos de risco e compliance corporativos.
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