Cardume de sardinhas/manjubas impressiona nas praias do Rio! Manchas de 1km² vistas em Arpoador, Ipanema e Copacabana. Biólogo Marcelo Vianna monitora fenômeno.
Um grande cardume de peixes foi observado nesta semana nas praias da zona sul do Rio de Janeiro, incluindo Arpoador, Ipanema, Leme e Copacabana. As manchas de peixes, visíveis a olho nu e capturadas por drones e helicópteros, atingiram até um quilômetro de extensão, permanecendo próximas à faixa de areia e permitindo que banhistas nadassem em sua proximidade.
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O biólogo Marcelo Vianna, professor titular do Departamento de Biologia Marinha da UFRJ, identificou os peixes como provavelmente sardinhas ou manjubas.
Segundo Vianna, o tamanho aparente do cardume é ampliado pela proximidade dos animais à superfície. O cardume ocupa uma faixa rasa da coluna d’água, gerando sombras visíveis à distância e aumentando a percepção de volume. O monitoramento aéreo, com drones e helicópteros, desempenhou um papel crucial na documentação do fenômeno.
O fenômeno está relacionado à ressurgência, um processo oceanográfico comum no litoral fluminense durante o verão. Ventos predominantes e a configuração da costa favorecem a ascensão de águas frias e profundas, trazendo nutrientes acumulados no fundo do mar.
Esse enriquecimento da água impulsiona o crescimento de fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha, atraindo cardumes de peixes pequenos que se alimentam dessas microalgas. A ocorrência anual de cardumes é notável, mas em 2025, a quantidade e proximidade da costa foram maiores, conforme Vianna.
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Flávia Lins de Barros, coordenadora do Laboratório de Geografia Marinha da UFRJ, explicou que a ressurgência se inicia em Cabo Frio e avança em direção ao litoral carioca, impulsionada por ventos de sudeste mais intensos no verão. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que as manchas observadas não estão relacionadas à poluição, e a maior visibilidade dos cardumes está associada à melhora gradual da qualidade da água.
Apesar da melhora da qualidade da água, especialistas alertam para os riscos causados pelo acúmulo de lixo nas praias durante a alta temporada. Plásticos e embalagens de isopor descartados na areia e no mar podem se fragmentar em microplásticos e serem ingeridos pelos peixes, afetando diretamente os animais que se alimentam na região costeira, conforme alertou o biólogo Marcelo Vianna.
O aumento do monitoramento aéreo com drones e helicópteros contribuiu para a documentação mais frequente do fenômeno, ampliando a repercussão das imagens do cardume próximo à orla carioca.
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