Impacto das Tarifas Americanas no Comércio de Café Especial Brasileiro

A imposição de impostos pelo governo americano aos produtos brasileiros tem causado uma queda drástica nos embarques de cafés especiais para a América do Norte. Dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) indicam uma redução de quase 65% nas exportações em comparação com o período anterior à implementação das tarifas.

Em julho, o mês em que as novas tarifas entraram em vigor, as vendas totais de produtos brasileiros para os Estados Unidos diminuíram 16,5%. Essa tendência de queda se intensificou em setembro, com uma redução de 20,3%, e em outubro, com um despico de 37,9%.

Esses números refletem um cenário preocupante para o setor.

De um total de 10 milhões de sacas de cafés finos exportados pelo Brasil, aproximadamente 2 milhões são destinados aos Estados Unidos, conforme aponta a BSCA. A magnitude da queda nas exportações é significativa, considerando que os cafés especiais possuem um valor agregado elevado.

Uma única saca de 60 quilos de café especial pode atingir um valor superior a R$ 3.000, evidenciando o potencial econômico do produto. A situação atual é agravada pela suspensão, cancelamento ou adiamento de contratos por parte de importadores americanos, em resposta à taxação de 50%.

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Luiz Roberto Saldanha, vice-presidente da BSCA, alertou que, com a manutenção das tarifas elevadas, a tendência é que os consumidores americanos reduzam suas importações de cafés especiais brasileiros, podendo levar o Brasil a perder sua posição como principal parceiro comercial do produto no acumulado do ano.

Diante do cenário, exportadores e importadores têm flexibilizado preços e margens de lucro, respectivamente, buscando manter as negociações. No entanto, a BSCA expressa preocupação com a continuidade da situação, que pode resultar na perda de mercado para o café brasileiro nos Estados Unidos.

A entidade ressalta a importância de um alinhamento entre os governos para a resolução do impasse, visando restaurar as transações comerciais entre Brasil e EUA e devolver o setor à normalidade.