Consumoteca: Desconforto de falar sobre dinheiro diminui em novo levantamento.
Falar sobre dinheiro sempre foi um tabu na sociedade brasileira, mas essa situação deixou de ser como era no passado, conforme ressaltou Michel Alcoforado, antropólogo e sócio fundador do Grupo Consumoteca, durante um evento em parceria com o Itaú nesta quarta-feira, 22. O especialista detalhou uma pesquisa inédita, conduzida pelas instituições, que mapeia as transformações comportamentais do brasileiro nos últimos 45 anos.
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A pesquisa envolveu entrevistas com 5 mil pessoas, provenientes de 15 estados diferentes, com o objetivo de analisar as mudanças na forma como o brasileiro lida com questões financeiras. A análise revela uma abertura crescente em relação ao tema, antes considerado delicado.
Em 2024, a Serasa realizou uma pesquisa para o Dia dos Namorados, revelando que 45% dos entrevistados não sabiam quanto o parceiro ganhava. Essa informação, antes mantida em sigilo, demonstra uma mudança na disposição do brasileiro em compartilhar informações financeiras.
Comparando com o cenário americano, onde a pergunta sobre o salário anual é comum, o Brasil ainda se destaca pela reserva em relação ao tema. Essa diferença cultural é um ponto central na pesquisa.
A pesquisa aponta que 78% dos brasileiros não sentem mais desconforto ao discutir dinheiro. Essa mudança é particularmente evidente entre os mais jovens, com 34% da geração Z classificando a preocupação com o dinheiro como a principal preocupação. Essa geração, em contraste, acredita que terá um padrão de vida superior ao de seus pais.
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O desejo de prosperidade é um fator motivador, com 8 em cada 10 entrevistados expressando o interesse em aprender a administrar melhor seu dinheiro e 83% acreditando que investir é essencial para garantir o futuro.
A transformação do comportamento financeiro é impulsionada pela tecnologia e pelas novas gerações. A revolução digital, iniciada com o e-commerce e culminando no PIX, acelerou o processo de “bancarização” do Brasil. O PIX se tornou a principal forma de pagamento, com 8 em cada 10 brasileiros utilizando-o e 41% já dando PIX como presente.
A influência de influenciadores de educação financeira também contribui para a abertura do tema, com 65% dos entrevistados preferindo usar a inteligência artificial para receber sugestões de investimento e 14% aceitando que a tecnologia tome decisões por eles.
A pesquisa demonstra uma mudança significativa na relação do brasileiro com o dinheiro, impulsionada pela tecnologia e pela nova mentalidade das gerações mais jovens. O PIX, a influência de educadores financeiros e a crescente aceitação da tecnologia na gestão financeira são elementos-chave dessa transformação.
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