Brasil surge na corrida por terras raras e alerta sobre China

China tem dependência global em terras raras, acende alerta sobre segurança tecnológica. Brasil ganha espaço na corrida por novas fontes.

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(Imagem de reprodução da internet).

Terras Raras: Uma Nova Geopolítica

Por décadas, as terras raras permaneceram fora do debate público, restritas às páginas técnicas da geologia e da química. Agora, estão no centro das atenções geopolíticas e econômicas, impulsionadas por tensões entre Estados Unidos, China e Brasil.

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O nome “raro” se refere ao processo de separação e refino, altamente complexo, poluente e caro, que exige tecnologia avançada e grande controle ambiental. Esses elementos estão presentes em praticamente toda a tecnologia moderna: telas de celulares, computadores, turbinas eólicas, painéis solares, veículos elétricos, mísseis, radares e caças militares.

As maiores reservas conhecidas de terras raras estão na China, Brasil, Vietnã, Rússia e Austrália, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Apesar de o recurso estar relativamente bem distribuído pelo planeta, a China domina quase toda a cadeia de produção — do refino à fabricação de componentes de alto valor agregado.

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Atualmente, cerca de 60% da mineração global ocorre em território chinês.

A Concentração Chinesa e o Risco Geopolítico

91% do refino mundial é feito por empresas chinesas, que também produzem 94% dos imãs permanentes usados em turbinas, motores e equipamentos de defesa. A Agência Internacional de Energia (IEA) classificou essa concentração como um risco geopolítico severo, alertando que o domínio chinês permite a Pequim influenciar preços, controlar o acesso de países concorrentes e definir o ritmo de avanço de tecnologias estratégicas.

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Brasil e a Corrida por Alternativas

O Brasil detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, mas ainda produz e refina quase nada. Não há um marco regulatório específico para o setor, e a cadeia produtiva é incipiente. Empresas ocidentais já começaram a adquirir projetos e realizar pesquisas e mapeamentos geológicos em território nacional.

Paralelamente, o governo federal criou o Conselho Nacional de Política Mineral, responsável por formular diretrizes para a exploração sustentável e estratégica desses recursos.

Investimentos Estrangeiros e a Estratégia Brasileira

Mineradoras estrangeiras já enxergam o Brasil como um potencial “fornecedor seguro” de insumos estratégicos. Um acordo para o fornecimento seguro de terras raras aos EUA poderia, inclusive, fazer parte de um eventual entendimento do Brasil com Donald Trump no contexto do tarifaço.

A estratégia, segundo fontes do Ministério de Minas e Energia, é atrair transferência tecnológica e estimular a industrialização local, de modo que o país participe de forma mais ativa da economia verde e das cadeias globais de alto valor.

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Conclusão

A disputa por terras raras representa um novo capítulo na geopolítica global, com implicações significativas para a economia brasileira. O país possui um enorme potencial, mas precisa de políticas públicas eficazes para desenvolver sua indústria e garantir sua participação na cadeia de fornecimento de minerais críticos.

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