O Brasil lidera o ranking de países responsáveis pela maior perda líquida de florestas globalmente, respondendo por mais de 70% do total, com uma taxa de 2,94 milhões de hectares perdidos por ano. Essa informação foi divulgada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) em seu relatório de avaliação dos recursos florestais mundiais, publicado nesta terça-feira, 21 de outubro de 2025. O estudo é realizado a cada cinco anos.
Desmatamento e Incêndios Globais
Embora o ritmo de desmatamento e incêndios tenha diminuído em nível global, a situação permanece preocupante. A taxa anual de perda de florestas no planeta caiu de 10,7 milhões de hectares na década de 1990 para 4,12 milhões de hectares entre 2015 e 2025. O desmatamento desacelerou para 10,9 milhões de hectares por ano de 2015 a 2025, em comparação com os 17,6 milhões de hectares perdidos entre 1990 e 2000.
Impacto de Fatores Adicionais
Além do desmatamento direto, outros fatores contribuem para a degradação florestal. A expansão florestal também diminuiu, passando de 9,88 milhões de hectares anuais de 2000 a 2015 para 6,78 milhões de hectares de 2015 a 2025. Incêndios afetam uma média de 261 milhões de hectares de terra anualmente, com quase metade dessas áreas sendo florestadas. Em 2020, insetos, doenças e condições climáticas severas danificaram 41 milhões de hectares de florestas, principalmente em regiões temperadas e boreais.
Uso da Floresta: Produção e Conservação
A FAO também detalhou o manejo da floresta, indicando que cerca de 1,20 bilhão de hectares são utilizados principalmente para produção, enquanto 616 milhões de hectares são destinados ao uso múltiplo. Áreas adicionais são reservadas para a conservação da biodiversidade (482 milhões de hectares), proteção do solo e da água (386 milhões de hectares) e para a prestação de serviços sociais (221 milhões de hectares).