Redução Significativa nas Emissões de Gases do Efeito Estufa no Brasil em 2024

O Brasil apresentou uma notável diminuição nas emissões brutas de gases do efeito estufa em 2024, registrando 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e). Essa redução de 16,7% em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 2,576 GtCO2e, demonstra um avanço importante na estratégia de combate às mudanças climáticas.

A queda, que representa um decréscimo de 22% nas emissões líquidas, considerando a captura de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, é a maior observada nos últimos 16 anos e a segunda mais expressiva na série histórica iniciada em 1990.

Setores Responsáveis pela Diminuição

A mudança de uso da terra respondeu por 42% do total de emissões em 2024, seguida pela agropecuária com 29%. O setor de energia contribuiu com 20%, enquanto os resíduos e processos industriais foram responsáveis por 5% e 4% respectivamente. A redução nas emissões brutas, considerando esses setores, posiciona o Brasil em uma posição favorável para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Redução nas Emissões Líquidas e Impacto nos Biomas

O total de emissões líquidas do Brasil em 2024 foi de 1,49 GtCO2e, impulsionado pelas remoções de carbono por áreas protegidas e florestas secundárias. O setor de uso da terra registrou uma queda ainda maior de 64% nas emissões, com uma redução de 685 milhões para 249 milhões de toneladas de CO2 equivalente entre 2024 e 2023. A Amazônia e o Cerrado apresentaram reduções significativas nas emissões de gases do efeito estufa, enquanto o Pantanal registrou a queda mais expressiva proporcionalmente ao seu território, com uma redução de 66%. Apenas o Pampa teve um aumento nas emissões no último ano.

Dados por Estado e Considerações Finais

Rondônia, Pará e Mato Grosso lideraram a redução de emissões brutas, com reduções de 65%, 44% e 44% respectivamente. Minas Gerais, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul e Sergipe registraram aumento nas emissões de 2024. A importância das queimadas, que não são contabilizadas no inventário, é destacada, com um aumento de duas vezes e meia nas emissões líquidas por fogo nos biomas, o que, se incluído, poderia dobrar as emissões líquidas do setor de uso da terra.

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