Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2025 aponta para 81,6 milhões de toneladas produzidas em 2024. Apenas 76,4 milhões (93,7%) foram coletadas, com 41,4 milhões (59,7%) indo para locais inadequados. A Abrema lança o estudo com foco em desafios e avanços na gestão de resíduos
Em 2024, o Brasil registrou uma produção de 81,6 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), apresentando um crescimento de 0,75% em relação ao ano anterior. Deste total, a maior parte, equivalente a 76,4 milhões de toneladas (93,7%), foi coletada. No entanto, 41,4 milhões de toneladas (59,7%) ainda foram destinadas a locais inadequados, como lixões ou enterradas, conforme revelado no Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2025, lançado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) na segunda-feira, 10 de dezembro de 2025. O documento completo, um PDF de 4,8 MB, está disponível em link para o PDF.
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Apesar da persistência da disposição final inadequada, que representa 40,3% do total de resíduos, o panorama indica uma melhoria em comparação com o ano anterior, quando 41,5% do RSU produzido foi lançado em locais não apropriados. O presidente da Abrema, Pedro Maranhão, ressalta que, mesmo com a existência estimada de quase 3.000 lixões que recebem passivos ambientais, há um potencial econômico a ser explorado.
Em 2024, 7,1 milhões de toneladas de resíduos secos foram enviadas para a reciclagem, correspondendo a 8,7% do RSU produzido. Deste volume, 2,5 milhões de toneladas foram coletados pelo serviço público, enquanto 4,6 milhões de toneladas foram trazidas informalmente para a reciclagem.
Aproximadamente 2,5 milhões de toneladas (52% do material) foram recuperadas, e o restante foi encaminhado para disposição final como rejeito. Uma nova abordagem, a reciclagem bioenergética, foi incluída no estudo, considerando o reaproveitamento de materiais orgânicos e não recicláveis para produção de energia, biogás e biometano, além da compostagem. Antônio Januzzi, diretor técnico da Abrema, explica que essa metodologia unifica o reaproveitamento de materiais orgânicos e outros inviabilizados para reciclagem de secos.
A edição deste ano do panorama inclui uma análise da logística reversa, abrangendo 13 sistemas: agrotóxicos, baterias de chumbo ácido, eletrônicos, embalagens de aço, vidro, óleo lubrificante e embalagens em geral. Jannuzi destaca que os dados são positivos, indicando uma evolução em direção a um modelo de economia circular.
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A publicação do Decreto do Plástico, que inclui 14 materiais na economia circular, também é um impulsionador importante. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) afirma que municípios com até 50.000 habitantes demandam apoio para eliminar lixões e implantar aterros sanitários.
A CNM enfatiza a necessidade de atuação federativa para o encerramento de lixões e a implantação de aterros sanitários, considerando os desafios como o alto custo de operação e a dificuldade de encontrar áreas que atendam aos critérios da ABNT.
A confederação alerta que a produção de energia deve se basear em rejeitos, evitando a exclusão social de catadores. A CNM reforça a importância da atuação federativa para o Brasil encerrar todos os lixões.
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