Brasil registra 59 casos de intoxicação por metanol; SP lidera com 46 confirmações e 9 óbitos. Investigações sobre 9 mortes em curso. Metanol adultera bebidas, alerta CFQ
Na quarta-feira, 29 de outubro de 2025, foi divulgado que o Brasil registra 59 casos confirmados de intoxicação por metanol. O Estado de São Paulo lidera os registros, com 46 casos confirmados, seguido pelo Paraná com 6 casos, Pernambuco com 5, Rio Grande do Sul com 1 e Mato Grosso com 1.
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Até o momento, 15 pessoas faleceram em decorrência da intoxicação: 9 em São Paulo, 3 no Paraná e 3 em Pernambuco.
Nove mortes estão sob investigação: 3 em Pernambuco, 2 em São Paulo e 2 no Paraná, além de 1 em Minas Gerais e 1 no Mato Grosso do Sul. A identificação completa das causas nestes casos ainda está em andamento.
O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, com odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. Historicamente, era chamado de “álcool da madeira” devido à sua obtenção da destilação de toras.
Atualmente, é produzido em escala industrial, principalmente a partir do gás natural. Este líquido é utilizado como matéria-prima na produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também é encontrado em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta, sendo uma aplicação relevante na produção de biodiesel.
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A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como cegueira, conforme alerta o Conselho Federal de Química (CFQ). O conselho ressalta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima-se que 30 ml de metanol puro possam ser letais.
O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica — um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: respiração acelerada, aumento da frequência cardíaca, dor abdominal persistente e danos à visão, que podem evoluir para cegueira irreversível.
De acordo com a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (Abno), o diagnóstico precoce é crucial. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves.
O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.
Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é utilizado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas. A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.
A prevenção e o controle da intoxicação por metanol envolvem a verificação da procedência das bebidas, desconfiança de preços muito abaixo do mercado e o consumo exclusivo de produtos com registro oficial.
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