São Paulo lidera em casos de Covid-19 com 38 confirmações; 6 mortes registradas no estado, além de 1 no Paraná e 2 em Pernambuco.
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira, 20 de outubro de 2025, dados alarmantes sobre o aumento de notificações de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol no Brasil. Até o momento, foram registradas 104 notificações, com 47 casos confirmados e outros 57 em investigação. Outras 578 notificações foram descartadas. As confirmações incluem 6 mortes em São Paulo, uma no Paraná e duas em Pernambuco.
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O Estado de São Paulo continua liderando o número de notificações, com 38 casos confirmados e 19 em investigação. A capital já descartou outras 408 notificações. Além de São Paulo, foram confirmados casos em Pernambuco (3), Paraná (5) e Rio Grande do Sul (1).
O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.
O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação. A ingestão de 4 ml a 10 ml pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o Conselho Federal de Química. Pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima-se que 30 ml de metanol puro possam ser letais.
Os efeitos tardios da ingestão de metanol aparecem nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica — um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: respiração acelerada; aumento da frequência cardíaca; dor abdominal persistente; danos à visão, que podem evoluir para cegueira irreversível.
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De acordo com a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia, o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves.
O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.
Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas. A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.
Para evitar intoxicações, recomenda-se verificar a procedência das bebidas compradas; desconfiar de preços muito abaixo do mercado; não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.
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