Brasil registra 32 casos de intoxicação por metanol; 9 mortes sob investigação
Bebidas adulteradas: Ministério da Saúde apura 213 casos de ingestão e 9 mortes sob investigação. Leia agora no Poder360.

Intoxicações por Metanol Aumentam no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira (13.out.2025) um balanço alarmante sobre o aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil. Atualmente, são registrados 32 casos confirmados, um aumento de três em relação aos 29 casos identificados na sexta-feira anterior (10.out). Essa situação reflete a crescente adulteração de bebidas alcoólicas com a substância tóxica.
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Distribuição dos Casos e Óbitos
Dos 32 casos confirmados, a maior concentração foi encontrada em São Paulo, com 28 ocorrências. Três casos foram registrados no Paraná e um no Rio Grande do Sul. O número total de notificações em investigação permanece em 213, um número menor do que o registrado no último balanço, que apontava para 217 suspeitas. Adicionalmente, houve um aumento significativo nos casos suspeitos descartados, que agora totalizam 320.
Suspeitas por Estado
O estado de São Paulo investiga 100 notificações. Outros estados com casos suspeitos incluem Pernambuco (43), Espírito Santo (9), Rio Grande do Sul (6), Rio de Janeiro (5), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Goiás (3), Maranhão (2), Alagoas (2), Minas Gerais (1), Paraná (1) e Rondônia (1). Esses números demonstram a abrangência do problema em todo o país.
Óbitos Confirmados e em Investigação
O balanço do Ministério da Saúde informa que não houve novas confirmações de morte causadas pela ingestão de metanol desde a sexta-feira anterior (10.out). Os cinco óbitos confirmados ocorreram em São Paulo. No entanto, 9 óbitos ainda estão sob investigação, três a menos do que o número registrado na sexta-feira anterior (10.out). Os casos suspeitos de óbito estão em São Paulo (3), Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (1) e Ceará (1).
O que é Metanol?
O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante à bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural. O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.
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Dosagem Letal e Efeitos no Organismo
A ingestão de 4 ml a 10 ml pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o Conselho Federal de Química. O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima-se que 30 ml de metanol puro podem ser letais. O perigo maior da ingestão aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica — um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: respiração acelerada; aumento da frequência cardíaca; dor abdominal persistente; e danos à visão, que podem evoluir para cegueira irreversível.
Diagnóstico e Tratamento
De acordo com a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia, o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induzir o vômito e encaminhar a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves. O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.
Risco da Adulteração e Prevenção
Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas. A ingestão, inalação ou contato prolongado pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central. Para evitar intoxicações, recomenda-se verificar a procedência das bebidas compradas, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.