Impacto do Ciclo Pecuário Brasileiro no Mercado Global de Carne

O mercado de carne bovina nos Estados Unidos enfrenta um período de aumento de preços e menor disponibilidade nos próximos meses, e o Brasil desempenha um papel crucial nessa mudança. Após dois anos de expansão da produção e exportações, o setor pecuário brasileiro está entrando em uma nova fase, caracterizada pela redução da oferta de gado para abate.

Nos últimos anos, a abundância de rebanhos contribuiu para preços mais baixos, impulsionou exportações recordes e auxiliou os EUA, que possuem rebanhos historicamente menores, a controlar a inflação dos alimentos. Contudo, essa dinâmica está se revertendo.

A alta nos preços dos bezerros no Brasil sinaliza o início de uma estratégia de retenção de fêmeas, adotada por pecuaristas para reconstruir seus rebanhos. Essa prática leva à diminuição do número de animais destinados ao abate, reduzindo a oferta de carne tanto no mercado interno quanto nas exportações.

Mudança de Ciclo no Brasil e Mercado Global

O setor pecuário brasileiro está abandonando uma fase de excesso de oferta. A retenção de novilhas marca o início de um ciclo de aperto, que geralmente dura vários anos. Especialistas preveem que a escassez ainda está no início e deverá se intensificar.

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Estimativas apontam para uma queda de mais de 5% no abate de gado no Brasil no próximo ano, mesmo com avanços na eficiência reprodutiva. Apesar disso, o país deve manter um volume elevado de embarques, sustentado pela demanda internacional.

Essa situação ocorre em paralelo com a redução da oferta de outros grandes produtores, como Austrália e outros, com custos menores, o Brasil expandiu seus embarques para os EUA e China, seus principais mercados.

Impacto nos Estados Unidos

Nos EUA, a situação é particularmente sensível. Os rebanhos americanos estão no nível mais baixo em décadas, devido a fatores como a diminuição da oferta.

A política do governo americano, que incluiu a ampliação das importações e flexibilização de tarifas, tem contribuído para aumentar a entrada de produto brasileiro. Apesar de o Brasil continuar sendo o principal exportador global de carne bovina, os volumes enviados aos EUA devem ser vendidos a preços mais elevados.

Essa restrição de oferta não se limita ao Brasil, com outros grandes produtores também passando por processos de recomposição de rebanhos.