Presentes e Relações no Brasil: Uma Nova Dinâmica
Com a aproximação do final do ano e das celebrações tradicionais, o ato de presentear assume um papel ainda mais relevante na vida dos brasileiros. Uma pesquisa recente, encomendada pelo Grupo Consumoteca e compartilhada com a CNN, revela uma mudança significativa nos vínculos afetivos, marcada por uma busca por relações mais intencionais e valorização do esforço por trás de um presente.
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O estudo “A Nova Arquitetura do Afeto” aponta para o retorno do presente físico como o principal “ativo de vínculo”. Observa-se uma crescente resistência em relação a presentes em dinheiro ou outras formas de transferência, que são percebidas como indicativas de menor investimento emocional e, portanto, de menor afeto.
A pesquisa, que coletou dados de 1296 entrevistados em cinco regiões do Brasil, demonstra uma sociedade fragmentada. Destaca-se que 34% dos entrevistados se sentem em relações superficiais, enquanto 37% relataram uma redução na frequência de encontros nos últimos doze meses. Essa dinâmica de relações complexa se manifesta em um equilíbrio entre a busca por conexões e a dificuldade em manter laços mais profundos.
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O investimento em presentes é direcionado principalmente para um núcleo central de relações: parceiros, filhos e pais, que demandam um maior nível de investimento emocional e, consequentemente, em presentes. Em média, os filhos recebem 7,6 presentes por ano, enquanto os parceiros recebem 6,4. A valorização do gesto individualizado e do tempo dedicado à escolha do presente parece ser um fator crucial na manutenção e fortalecimento dos vínculos.
A ascensão do Pix e outras formas de transferência bancária como presente revela uma tensão entre a praticidade e a expressão de afeto. Apesar de sua popularidade, essas opções são vistas como um “problema na dedicação”, transmitindo a percepção de pouco tempo e esforço investidos.
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Para 28% dos brasileiros, essa forma de presente não transmite carinho ou intenção, podendo ser interpretada como um gesto frio, similar à ausência de um presente tradicional.
