Giovani Rocco, do Ministério do Esporte, defende que arrecadação de bets financie políticas públicas para atletas no Brasil.
Em 21 de outubro de 2025, o Secretário Nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico, Giovani Rocco, destacou a importância da regulamentação das bets e dos games no Brasil, considerando-a “um grande avanço” e trazendo mais controle ao setor. A declaração foi feita durante uma entrevista ao Poder360, no BiS Brasília.
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Rocco enfatizou que a principal conquista foi o controle desse mercado, que antes operava à margem de uma regulação. O governo anterior não havia implementado uma estrutura de controle, e a regulamentação, iniciada em janeiro de 2025, é considerada uma das melhores no mundo.
A regulamentação envolve uma estrutura dividida entre os ministérios da Fazenda e do Esporte, oferecendo instrumentos para autorizar modalidades de apostas e combater a manipulação de resultados. O secretário ressaltou que o Brasil está sendo elogiado por adotar essa abordagem robusta.
Rocco apontou que as casas de apostas se aproveitaram do esporte para aumentar sua influência na sociedade. Quase todos os clubes da Série A e B do Campeonato Brasileiro possuem patrocínio master de casas de apostas, com investimentos que, segundo o secretário, podem estar inflacionados em até cinco vezes.
O secretário expressou preocupação com o impacto desse inflacionamento, especialmente no que diz respeito às categorias de base, onde a maioria dos jogadores recebe até um salário mínimo. Ele defendeu que a arrecadação das apostas deve ser direcionada para políticas públicas voltadas aos atletas, considerando que a estrutura para tomada de decisão e evolução do atleta precisa ser fortalecida.
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Rocco anunciou a construção de uma política nacional de combate à manipulação de resultados, em parceria com os ministérios da Fazenda e da Justiça, em conjunto com a Polícia Federal e outras secretarias. A investigação parte de indícios atípicos, como fluxos anormais de apostas, e as operadoras têm cinco dias para informar o governo sobre situações suspeitas, sendo essa uma obrigação legal.
O grupo de trabalho, que inclui a Polícia Federal, Ministério da Fazenda e Justiça, e todas as secretarias do Ministério do Esporte, busca construir essa política nacional de combate à manipulação de resultados.
Rocco informou que o Brasil se prepara para integrar a Convenção de Macolin, acordo europeu voltado ao combate à manipulação de resultados esportivos, com votação em dezembro de 2025. O Brasil é o primeiro país da América Latina a fazer parte da convenção, devido à natureza transnacional e transestatal do crime de manipulação.
O governo está desenvolvendo um sistema próprio para cruzar dados e identificar fraudes, semelhante aos utilizados em mercados regulados, como um mecanismo adicional de captação de indícios.
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