Brasil enfrenta críticas por decisões climáticas após promessa de liderança em transição energética. Decisões sobre MP 1.304 geram preocupação e risco de aumento de emissões de CO₂
Desde o Acordo de Paris, as conferências sobre o clima frequentemente resultam em compromissos modestos para mitigar o aquecimento global. Após edições em países dependentes de petróleo, como Emirados Árabes Unidos e Azerbaião, o Brasil apresentava a promessa de uma nova abordagem.
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Com 88% da sua matriz elétrica proveniente de fontes renováveis – hidrelétricas, eólica, solar e biomassa – o país possuía um potencial significativo para liderar a transição energética.
Apesar dessa vantagem, a decisão presidencial sobre a MP 1.304 enviou um sinal preocupante. Ao sancionar a contratação de termelétricas a carvão e vetar o ressarcimento às empresas de energia eólica por cortes de geração, o governo oficializou uma incoerência.
Essa medida poderia elevar as emissões de CO₂ em até 14 milhões de toneladas anuais, em um momento em que o mundo exige maior coerência climática.
A escolha por fontes de energia caras e ineficientes representa um custo elevado para o sistema energético brasileiro. Além disso, enfraquece as metas de descarbonização, que o próprio país defendia em fóruns internacionais. O Brasil possui a capacidade de expandir sua oferta de energia limpa sem depender de subsídios, mas essa oportunidade está sendo desperdiçada.
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A indústria de energia renovável de grande escala, com boa parte de sua cadeia produtiva já instalada no país, tem sido prejudicada por políticas inadequadas. A escolha por fontes como o carvão, e modelos de incentivo custosos, como a microgeração distribuída (MMGD), perpetua distorções e desmantela cadeias estratégicas, como a eólica.
Segundo a Tendências Consultoria, a perda da cadeia produtiva e a substituição por fontes mais caras custariam à sociedade entre R$ 78,8 bilhões e R$ 196,6 bilhões. O presidente Lula, ao iniciar a COP 30, destacou que seria a “hora da verdade”. Infelizmente, a conferência encerrou-se como a “COP da Oportunidade Perdida”.
O Brasil poderia crescer e descarbonizar simultaneamente, mas escolheu financiar o problema e vetar a solução.
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