Brasil lidera descarbonização automotiva com estudo da Anfavea e BCG. Desempenho notável em ciclo de vida de veículos, impulsionado por 90% de fontes renováveis e biocombustíveis. O estudo será levado à COP30, com potencial para influenciar discussões globais
Um estudo conjunto da Anfavea e do Boston Consulting Group (BCG) revelou que os veículos brasileiros possuem a menor pegada de carbono do mundo durante todo o ciclo de vida, desde a fabricação até o uso. Essa vantagem se destaca em um momento crucial, com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) sediada no Brasil entre os dias 10 e 21 de novembro.
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O resultado é um exemplo positivo que o país levará à COP30, com potencial para influenciar as discussões sobre descarbonização, transição energética e economia de baixo carbono. A pesquisa demonstra que o Brasil pode intensificar o uso de biocombustíveis, considerando o cenário de eletrificação em expansão no país.
Segundo Igor Calvet, presidente da Anfavea, o Brasil possui uma vantagem competitiva que pode ser melhorada, mas em comparação com outros mercados, o país está em uma posição privilegiada. A matriz elétrica, composta por 90% de fontes renováveis, e a produção de biocombustíveis são fatores determinantes para essa descarbonização.
A utilização em larga escala dos biocombustíveis, refletindo a grande presença de veículos flex na frota nacional, é um elemento chave. O estudo “Caminhos da Descarbonização: a pegada de carbono no ciclo de vida do veículo” é o primeiro a calcular as emissões de CO₂ em todo o ciclo de vida do veículo fabricado no Brasil, comparando-as com a produção em outros países.
Os veículos fabricados no Brasil que rodam utilizando etanol – sejam híbridos ou a combustão – possuem as menores taxas de emissões de CO₂ no mundo. Segundo a pesquisa, esses veículos só rivalizam com modelos 100% elétricos quando fabricados no Brasil com bateria ocidental.
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Os elétricos chineses emitem mais CO₂ frente a quase todos os tipos de veículos brasileiros, perdendo até para modelos a combustão que utilizam etanol.
Atualmente, os veículos movidos a combustível fóssil utilizados na China apresentam a maior pegada de carbono entre todos os tipos de veículos analisados. Os dados evidenciam os motores flex como um diferencial global da frota brasileira.
A vantagem que o Brasil possui na matriz elétrica tende a ser reduzida nos próximos anos, devido aos investimentos da China e Europa na redução do uso de energia térmica e aumento de fontes hídricas, solar, eólica e até nuclear. A matriz energética é uma vantagem brasileira difícil de ser superada, devido às condições que favorecem o cultivo e a tecnologia para produção de biocombustíveis.
Para os veículos a combustão ou híbridos, o maior potencial de redução na pegada de carbono vem do uso dos biocombustíveis e do ganho de eficiência da motorização. Já para os elétricos, o corte de emissão de CO₂ depende do uso de energia de fontes renováveis, baterias mais limpas e ganho de eficiência nas baterias (menores, com maior autonomia e durabilidade).
O estudo demonstra o potencial de redução futura ao avançar em ganhos de eficiência ao longo das diferentes etapas da cadeia produtiva e de uso. São caminhos que permitem ao país acelerar sua jornada de descarbonização automotiva e permanecer na vanguarda global.
A Anfavea e o BCG enfatizam que a descarbonização depende da cadeia completa, desde a produção dos insumos até o descarte e reciclagem, o que pode gerar um impacto positivo significativo.
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