Crise Fiscal Brasileira: Cenário de Dificuldade e Desafios
O ano de 2025 tem se mostrado marcado por um crescimento contínuo das arrecadações federais, apesar dos patamares históricos alcançados e dos esforços da equipe econômica. No entanto, o governo central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, enfrenta um cenário de estrangulamento fiscal.
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A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado aponta para esse problema como resultado do aumento exponencial das despesas obrigatórias, da ocorrência reiterada de déficits primários, do crescimento da relação dívida/PIB e do baixo investimento público.
Fontes de Financiamento e Desafios
Além do estrangulamento fiscal, as principais fontes de financiamento das ações públicas – o aumento da carga tributária e do endividamento – também indicam sinais de esgotamento. Economistas consultados projetam que a situação se agravará a partir de 2027, quando os precatórios, dívidas da União, dos estados e municípios decorrentes de ações judiciais, voltam a ser considerados nas metas fiscais.
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Essa inclusão dos precatórios ajuda o governo a cumprir a meta fiscal de 2026, que é de superávit primário de 0,25% do PIB ou R$ 34 bilhões.
Precatórios e o Impacto na Dívida Pública
Dados do Ministério do Planejamento e Orçamento revelam que os precatórios apresentados contra a União, inscritos para 2026, somam R$ 69,7 bilhões e abrangem 270,3 mil beneficiários. O diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana, explica que, embora os precatórios sejam excluídos da meta fiscal, eles oneram o estoque da dívida pública, agravando seu crescimento.
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Em agosto, a Dívida Bruta do Governo Geral atingiu 77,5% do PIB (R$ 9,6 trilhões), segundo o Banco Central.
Projeções e Desafios Futuros
Para o futuro, a equipe econômica e a IFI apontam para um cenário de desafios. A Warren Investimentos projeta que o déficit primário do biênio de 2025-2026, somado aos juros, levará a um aumento da dívida bruta de 76,5% do PIB em 2024 para 79,6% em 2025 e 84,5% em 2026.
A consultoria estima um déficit primário de 1,06% do PIB em 2027, que continuará a aumentar até 1,82% em 2034.
Considerações Finais
Diante desse cenário, a necessidade de reformas estruturais no sistema fiscal brasileiro se torna evidente. A complexidade das questões e a incerteza em relação às projeções econômicas exigem cautela e planejamento estratégico. A equipe econômica e o governo central precisam buscar soluções que garantam a sustentabilidade das contas públicas e o crescimento econômico do país.
