Brasil enfrenta longa jornada para equidade no ensino médio, aponta estudo do Todos Pela Educação

Estudo aponta que Brasil levará mais de 15 anos para igualar conclusão do Ensino Médio, com desigualdades raciais, sociais e de gênero.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Desigualdades na Conclusão do Ensino Médio no Brasil

Um novo estudo do Todos Pela Educação, com base em dados do IBGE, aponta que o Brasil ainda levará mais de 15 anos para alcançar a equidade na conclusão do ensino médio, caso mantenha o ritmo atual de avanços. A análise, que abrange dados de 2015 a 2025, revela que as desigualdades raciais e socioeconômicas na educação básica persistem, com maior intensidade no ensino médio.

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O estudo destaca que, apesar de avanços significativos na última década, um em cada quatro jovens de até 19 anos não concluiu a educação básica, em parte devido à necessidade de trabalhar ou à falta de interesse pelos estudos.

Desigualdades Raciais

Os dados mostram que, atualmente, 69,5% dos jovens pretos, pardos e indígenas de até 19 anos têm o ensino médio completo, enquanto esse índice chega a 81,7% dos jovens brancos e amarelos. Se o ritmo médio de crescimento (-0,8 p.p. ao ano) se mantiver, essa distância só seria eliminada em 16 anos.

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Essa disparidade reflete as desigualdades históricas e estruturais que afetam a população negra e indígena no Brasil.

Desigualdades Socioeconômicas

Considerando os recortes socioeconômicos, as diferenças são ainda maiores: entre a parcela mais pobre, apenas 60,4% dos jovens concluíram o ensino médio até os 19 anos, em comparação com 94,2% entre os mais ricos. Embora tenha havido uma queda de 15,3 pontos percentuais na desigualdade entre os dois grupos na última década, os jovens mais pobres ainda terão as mesmas chances de conclusão dos mais ricos em cerca de duas décadas, se nada mudar.

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Desigualdades de Gênero

No recorte por gênero, os homens apresentam uma taxa de conclusão inferior (70,2%) à das mulheres (78,5%). Além disso, eles são maioria entre os que abandonaram os estudos para trabalhar (10,7%) ou por falta de interesse (9,2%). As mulheres, embora com índices maiores de conclusão, enfrentam obstáculos específicos, como a sobrecarga com o trabalho doméstico e a maternidade precoce, que representam 4,5% dos casos de não conclusão.

Conclusão

O estudo reforça a necessidade de políticas públicas que assegurem acesso, permanência, aprendizagem e equidade na Educação Básica, especialmente para os mais vulneráveis. O novo Plano Nacional de Educação é visto como uma oportunidade estratégica para acelerar os avanços e enfrentar os desafios persistentes.

A implementação das mudanças aprovadas para o Ensino Médio, a partir de 2026, é considerada crucial para garantir que todos os estudantes tenham as condições de concluir a educação básica na idade certa.

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