Brasil enfrenta desafios na proteção da Amazônia com diagnóstico das Unidades de Conservação

Novo diagnóstico das Unidades de Conservação na Amazônia aponta vulnerabilidades e desafios para conter o desmatamento. Estudo sugere fortalecimento da governança ambiental e cumprimento de metas internacionais

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(Imagem de reprodução da internet).

Diagnóstico das Unidades de Conservação na Amazônia Legal

Um novo documento, produzido pelo Centro de Conhecimento em Biodiversidade, apresenta um diagnóstico atualizado das Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia Legal. O estudo identifica vulnerabilidades institucionais, desigualdades entre as esferas governamentais e lacunas operacionais que impactam a capacidade do Brasil de conter o desmatamento.

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Além disso, sugere formas de fortalecer a governança ambiental do território, considerando a importância da região para a ciclagem de água, o sequestro de carbono e a regulação climática global.

Implicações da COP30 e Metas Internacionais

Com a realização da COP30 em Belém e o foco internacional na proteção da Amazônia, as peças de governança territorial ganham centralidade. O Brasil assumiu compromissos no âmbito do Protocolo de Kunming-Montreal, com metas de 30% de proteção até 2030.

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A cobertura, gestão e efetividade das UCs são variáveis chave para o cumprimento dessas metas. As UCs são instrumentos-chave para mitigar as emissões associadas ao desmatamento, garantir os direitos dos povos tradicionais, assegurar o funcionamento dos serviços ecossistêmicos, estruturar políticas de financiamento climático e proteger a biodiversidade.

Desigualdades e Desafios na Gestão das UCs

O diagnóstico revela desigualdades significativas na distribuição e gestão das UCs. Embora mais de 673.000 km² da região estejam protegidos por alguma categoria de UC (cerca de 24,39% do território), há fortes assimetrias no número de UCs com planos de manejo, no efetivo de fiscalização e na integração entre as esferas federativas.

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Por exemplo, apenas 67,6% das UCs federais têm plano de manejo em vigor, frente a 45,1% nas UCs estaduais. O estudo também aponta que cerca de 95% do desmatamento está concentrado a até 5,5 km de estradas e de rios navegáveis, um padrão já bem documentado em trabalhos anteriores.

A efetividade das UCs depende de capacidades institucionais, financiamento, governança e integração.

Recomendações Estratégicas e Desafios Futuros

O documento sugere 7 eixos estratégicos prioritários. O primeiro deles diz respeito à gestão e planos de manejo, que devem ser revisados e atualizados a cada 5 anos, contemplando os ecossistemas aquáticos. Outro eixo é o da fiscalização e controle territoriais, com investimento em infraestrutura, pessoal e monitoramento remoto, com especial atenção aos Estados fronteiriços.

A necessidade de uma governança transparente, com um sistema público para o acompanhamento de recursos, metas e resultados também se mostra muito necessária, assim como a pesquisa e construção de um banco de dados público atualizado. A economia da conservação –por meio da operacionalização dos PSAs, dos créditos de carbono e de fontes de longo prazo–é outro aspecto que deve ser priorizado.

E no âmbito social, o diálogo com as comunidades, o incentivo ao ecoturismo de base comunitária e a participação social e a integração entre as 3 esferas de governo no comando, controle e combate à criminalidade ambiental.

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