Brasil enfrenta crise de endividamento com juros altos e famílias em risco

O endividamento familiar no Brasil preocupa: famílias com até 5 salários mínimos sofrem com juros altos do cartão de crédito. A situação é agravada por imprevistos e a busca por soluções como o Desenrola e seguros prestamista

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(Imagem de reprodução da internet).

O Peso da Dívida no Brasil de 2025

No coração do supermercado, o ato de passar o cartão de crédito carrega consigo uma sensação familiar: o frio na barriga. Não se trata de financiar um sonho distante, como uma viagem ou um eletrodoméstico caro. A necessidade é mais básica: arroz, leite, sabonete, remédio.

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Essa cena, que se repete em diversas famílias brasileiras, reflete a realidade do endividamento, um problema persistente que assola a economia do país.

O Ciclo da Dívida

O extrato bancário revela a crescente fatura, que no mês seguinte não acompanha o limite disponível. Essa situação se tornou uma rotina para muitas famílias, transformando o cartão de crédito em um segundo salário – aquele que não aparece no holerite, mas sustenta a sobrevivência.

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Segundo dados da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da CNC (Confederação Nacional do Comércio), famílias com rendas até cinco salários mínimos são as mais endividadas do país.

Juros Estratosféricos

O principal responsável por essa situação é o cartão de crédito, que impõe juros acima de 400% ao ano. “Mais de 90% das dívidas passam pelo cartão”, explica o pesquisador Flávio Ataliba, do FGV Ibre. A facilidade de uso, aliada à falta de educação financeira e aos juros altos do rotativo, transformou o cartão em uma porta de entrada para um endividamento permanente.

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O Desenrola Ajuda, mas não é Suficiente

O programa Desenrola, lançado em 2023, ajudou a aliviar a pressão, especialmente para quem renegociou dívidas antigas. No entanto, não foi suficiente para impedir a retomada do ciclo da dívida. Dados do Banco Central mostram que, mesmo após as renegociações, o endividamento voltou a crescer e o custo das dívidas atingiu um recorde histórico.

O comprometimento da renda das famílias chegou a 28,8% em outubro, com 10,23% do orçamento destinado apenas ao pagamento de juros.

Imprevistos e a Dívida

Um imprevisto – como a perda de emprego, uma licença médica ou um acidente – pode desestabilizar o orçamento familiar. O cartão de crédito se torna uma fonte de ajuda imediata, mas, se não gerenciado com cuidado, pode transformar-se em uma prisão de longo prazo.

Dados da CNC revelam que 48,5% das famílias inadimplentes atrasam o pagamento há mais de 90 dias, e o tempo médio para regularizar dívidas sobe para 7,1 meses.

Seguros como Proteção

Para evitar que uma dívida se torne insustentável, o seguro prestamista surge como uma ferramenta de proteção. Ele funciona como uma rede de segurança em caso de desemprego ou incapacidade, protegendo o orçamento familiar. Ana Flávia Ribeiro, presidente da Comissão de Risco da Fenaprevi, destaca que o seguro é importante para autônomos e empreendedores, que também podem se beneficiar dessa proteção.

Dados sobre o Mercado de Seguros

Em agosto de 2025, R$ 6,8 bilhões em prêmios foram pagos no mercado de seguros de pessoas, representando um aumento de 10,4% em relação ao mês anterior. R$ 51,3 bilhões em prêmios foram acumulados no ano (jan-ago/25), com um crescimento de 8,1%.

R$ 1,5 bilhão em sinistros foram pagos em agosto/25, praticamente estável (+0,03%), e R$ 11,4 bilhões em indenizações foram pagas no ano, com um aumento de 6,6%.

O aumento do endividamento das famílias reflete a realidade do país, e a proteção financeira, como os seguros, pode ser uma ferramenta importante para evitar que a dívida se torne um problema insustentável.

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