Delegações Abandonham ONU em Protesto Contra Netanyahu
Em Nova York, diversas delegações de países, incluindo o Brasil, deixaram o plenário da Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (26), no momento em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se preparava para discursar. A ação foi um gesto de protesto contra o líder israelense, que enfrenta uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Ao ser anunciado, Netanyahu foi recebido com vaias e algumas delegações abandonaram o salão. Diplomatas demonstraram apoio aos cidadãos de Gaza e refugiados, exibindo lenços palestinos. Apesar do esvaziamento, a delegação dos Estados Unidos permaneceu presente e aplaudiu o primeiro-ministro de pé.
Resposta ao Descumprimento das Decisões Internacionais
Segundo um diplomata brasileiro, a saída do plenário foi uma resposta ao descumprimento por Israel das decisões do TPI e da Corte Internacional de Justiça. O governo Lula havia sinalizado que Netanyahu seria tratado como “persona non grata” e não legitimaria sua participação no evento.
Discurso de Netanyahu e a Situação dos Reféns
No discurso, Netanyahu não mencionou o protesto. Ele concentrou sua fala em acusações ao Hamas e na situação dos reféns israelenses ainda mantidos em Gaza desde o ataque do grupo em outubro de 2023. A situação humanitária no enclave continua a ser uma preocupação central.
Reconhecimento da Palestina e a Ausência de Abbas
O evento ocorreu em uma semana marcada pelo reconhecimento do Estado da Palestina por vários países, incluindo França, Canadá, Reino Unido, Austrália e Portugal. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, agradeceu formalmente aos novos apoiadores em pronunciamento por videoconferência, já que não obteve visto para viajar aos Estados Unidos.
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Impacto do Conflito em Gaza
O conflito em Gaza já deixou mais de 65 mil mortos, segundo a ONU. Cerca de 400 pessoas teriam morrido de fome devido ao bloqueio de ajuda humanitária ao enclave. Estima-se ainda que 50 reféns israelenses permaneçam em cativeiro, embora a inteligência de Israel acredite que apenas 20 possam estar vivos.