Brasil e Argentina se enfrentam em disputa no futebol sul-americano. Brasil consolida hegemonia com gestão financeira eficiente, enquanto Argentina enfrenta declínio econômico e dificuldades em captação de recursos. Clubes brasileiros dominam Libertadores, com Flamengo e Palmeiras em destaque nos contratos de patrocínio
A rivalidade histórica entre Brasil e Argentina no futebol se manifesta de forma clara nos resultados e, principalmente, na disparidade financeira que se acentuou nas últimas edições da Copa Libertadores. Enquanto a Argentina, com sua tradição e alguns clubes de ponta, busca recuperar seu espaço, o Brasil consolidou uma hegemonia que se baseia em uma gestão financeira mais eficiente e em um mercado interno mais robusto.
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A diferença se reflete em premiações, contratos de patrocínio e, consequentemente, na capacidade de investimento dos clubes.
Nos últimos sete anos, apenas clubes brasileiros levantaram a taça continental, um feito que demonstra a evolução da gestão esportiva no Brasil. Essa ascensão não é coincidência, mas sim o resultado de uma combinação de fatores, incluindo o declínio econômico do futebol argentino, que não se adaptou a novas estratégias financeiras e de captação de recursos.
O Brasil, por sua vez, viu vários clubes ascender, impulsionados por maior público nos estádios, maior venda de patrocínios e melhor negociação dos direitos.
Especialistas em gestão esportiva apontam que essa diferença se traduz em um abismo financeiro. “O Brasil, nos últimos sete anos, passou a dominar a Libertadores porque esse cenário combina o declínio econômico do futebol argentino, que não se modernizou em termos de estratégia financeira, captação de recursos, comercialização de direitos e estruturação dos clubes; e a ascensão de vários clubes brasileiros, impulsionada por mais público nos estádios, maior venda de patrocínios e melhor negociação dos direitos”, afirma Guilherme Bellintani, ex-presidente do Bahia e atual CEO da Squadra Sports.
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Essa disparidade se manifesta de forma clara nos contratos de patrocínio. O Flamengo, atual campeão da Libertadores, supera os R$ 260 milhões anuais em patrocínios, enquanto o Palmeiras, vice, gira em torno de R$ 110 milhões por ano. Ambos têm acordos com casas de apostas.
Já o River Plate, maior potência argentina da atualidade, fechou contrato com o mesmo patrocinador do clube carioca recebendo cerca de R$ 40 milhões anuais, quase sete vezes menos.
“Quando analisamos a discrepância entre os valores oferecidos pelos torneios brasileiros e os praticados na Argentina, fica evidente que não se trata apenas de uma diferença pontual de premiação, mas de um contraste estrutural entre dois ecossistemas esportivos”, explica Moises Assayag, sócio-diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte.
As premiações das ligas nacionais também evidenciam essa diferença. Com base nos valores de 2024, o campeão brasileiro deve receber cerca de R$ 50 milhões pelo título, enquanto o vencedor da Copa do Brasil embolsa ainda mais, aproximadamente R$ 78 milhões.
Na Argentina, a realidade é outra: o campeão nacional em 2024 recebeu apenas US$ 500 mil, algo em torno de R$ 2,8 milhões na cotação atual. O campeão da Copa Argentina, o , ficou com cerca de US$ 170 mil, aproximadamente R$ 920 mil.
“E aqui entre o Torneio dos Campeões do Mundo e a Copa Argentina, nem cobre os custos de ônibus para os torcedores… Mas o clube pertence aos sócios”, escreveu Juan Sebastián Verón, presidente do Estudiantes, em um comentário que refletiu a insatisfação de muitos dirigentes argentinos com a situação.
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