Brasil: 5,42% de crianças indígenas sem certidão de nascimento

Crianças sem registro em RNBP atingem 10,6% do total no Brasil. Apenas 0,51% de crianças de até cinco anos não têm registro.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Desafios na Inclusão e Educação da População Indígena no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados importantes sobre a população indígena no Brasil, revelando desafios significativos em áreas cruciais como registro de nascimento, acesso a serviços básicos e educação. A pesquisa, parte do Censo Demográfico 2022 – Etnias e Línguas Indígenas, destaca a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a inclusão e o desenvolvimento dessa população.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Um dos pontos mais alarmantes é a alta taxa de crianças indígenas de até cinco anos sem registro de nascimento, atingindo 5,42% – 10,6 vezes superior à da população brasileira em geral (0,51%). A ausência da certidão de nascimento impede o acesso à nacionalidade, filiação e, consequentemente, a garantia de direitos básicos como saúde e educação.

O IBGE enfatiza que a emissão gratuita da primeira via da certidão é um direito assegurado por lei federal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dados Demográficos e Condições de Vida

A pesquisa revela que a população indígena, representando 0,83% de 203 milhões de habitantes, concentra-se em diversas regiões do país. Em 2022, a maioria (53,97%) vive em áreas urbanas, um contraste com o cenário de 2010, quando a maioria residia em áreas rurais (63,78%). A pesquisa também aponta para desigualdades no acesso a serviços essenciais. Etnia Tikúna se destaca com 74,21% dos moradores sem acesso à água encanada, seguido por Tikúna e Tikúna.

A falta de saneamento básico é outro ponto crítico, com a maioria dos domicílios indígenas sem acesso a esgotamento sanitário e coleta de lixo. Etnia Tikúna lidera com 92,82% dos moradores sem esgotamento e 76,59% sem coleta de lixo. A pesquisa ressalta a importância de políticas públicas direcionadas para garantir o acesso a esses serviços.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Alfabetização e Educação Bilíngue

O IBGE também apontou que, entre as 308 mil pessoas indígenas de 15 anos ou mais falantes de língua indígena, 78,55% (242 mil) são alfabetizadas, uma taxa inferior à da população indígena como um todo (84,95%). O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, enfatiza que a educação bilíngue ou na língua indígena é fundamental para o fortalecimento linguístico e o exercício da cidadania.

A pesquisa do IBGE contribui para identificar as áreas com maior necessidade de intervenção e para orientar o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes, visando garantir os direitos e o bem-estar da população indígena no Brasil.

Considerações Finais

A análise dos dados do IBGE evidencia a complexidade dos desafios enfrentados pela população indígena no Brasil, incluindo a falta de registro de nascimento, o acesso a serviços básicos e a necessidade de uma educação bilíngue. A pesquisa destaca a importância de políticas públicas direcionadas e eficazes para promover a inclusão e o desenvolvimento dessa população, garantindo o respeito à sua cultura e seus direitos.

Sair da versão mobile