Ex-presidente Jair Bolsonaro visita médicos na Superintendência da Polícia Federal. Cláudio Birolini e Leandro Echenique relataram confusão e alucinações em Bolsonaro, possivelmente por Pregabalina. Defesa solicita conversão para prisão domiciliar humanitária
Em 23 de novembro de 2025, os médicos Cláudio Birolini, cirurgião geral, e Leandro Echenique, cardiologista, realizaram uma visita ao ex-presidente, Jair Bolsonaro, na Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília, onde ele se encontra preso preventivamente desde o dia 22 de novembro de 2025.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Durante a visita, os profissionais assinaram um relatório sobre a saúde do ex-presidente, que foi incluído nos autos do processo. Este relatório faz parte da manifestação da defesa de Bolsonaro em resposta às solicitações do ministro do STF, Alexandre de Moraes, referentes à tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.
O médico Cláudio Birolini relatou que o ex-presidente apresentou um quadro de confusão mental e alucinações, possivelmente induzidos pelo uso do medicamento Pregabalina, prescrito por outra médica com o objetivo de otimizar o tratamento. O medicamento, que apresenta interações significativas com os medicamentos regulares de Bolsonaro para o tratamento de crises de soluços (Clorpromazina e Gabapentina), possui efeitos colaterais como alteração do estado mental, desorientação, coordenação anormal, sedação, transtorno de equilíbrio, alucinações e transtornos cognitivos. Imediatamente após a constatação do quadro, o medicamento foi suspenso e ajustes na medicação foram realizados, restabelecendo a orientação anterior.
Os médicos planejam continuar acompanhando a evolução clínica do ex-presidente, realizando reavaliações periódicas.
O ex-presidente Bolsonaro relatou ter tentado violar sua tornozeleira eletrônica após ter sofrido um surto. De acordo com a ata do procedimento, ele afirmou ter criado “certa paranoia” na sexta-feira (21 de novembro) para o sábado, após tomar dois medicamentos prescritos por médicos diferentes: Pregabalina e Sertralina. O depoente descreveu uma “alucinação” de que havia uma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa. A diretora adjunta do Cime, que se deslocou ao local, identificou marcas de queimadura ao redor da estrutura da tornozeleira, especialmente na área de fechamento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A defesa do ex-presidente continua a relatar o quadro médico, citando a combinação de Pregabalina com Clorpromazina e Gabapentina como causa da “confusão mental”. Os advogados argumentam que o comportamento de Bolsonaro é lógico, dado o quadro de confusão mental, o uso de medicamentos, sua idade avançada e o estresse a que está submetido. A defesa também solicita a conversão da prisão preventiva em domiciliar humanitária, alegando que os autos e os acontecimentos da madrugada do dia 22 demonstram a situação delicada da saúde do ex-presidente. A defesa enfatiza que o uso do ferro quente no dispositivo, em vez de tiras, não representa uma tentativa de rompimento da pulseira e, portanto, de retirada da tornozeleira.
O STF divulgou um vídeo e um documento que mostram o ex-presidente utilizando um ferro de solda para tentar abrir sua tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado. A análise presencial da diretora adjunta do Cime confirmou as marcas de queimadura ao redor da estrutura do dispositivo. A defesa do ex-presidente solicita que a prisão preventiva seja convertida em domiciliar humanitária.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!