Thomas Shannon declarou que EUA reconhece a impossibilidade de interferência no processo judicial brasileiro. Leia no Poder360.
Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil, declarou que o presidente Donald Trump (republicano) reconheceu a impossibilidade de interferir no processo judicial envolvendo Jair Bolsonaro (PL). Shannon afirmou que a tentativa de garantir a participação do ex-chefe do Executivo nas próximas eleições “fracassou”.
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A declaração foi feita em entrevista à BBC News Brasil.
Ao ser questionado sobre o assunto, Shannon respondeu afirmativamente: “Sim. Por que ele vai fracassar de novo quando já fracassou uma vez? Trump é astuto nesse ponto. Ele sabe quando não pode avançar em uma frente e procura outra”, explicou o diplomata.
Shannon indicou que essa desistência foi um dos motivos para a recente aproximação de Trump com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A trégua entre os dois começou em setembro, na Assembleia Geral da ONU, com um encontro e abraço entre os líderes, demonstrando uma mudança de postura.
Atualmente, ambos estão na Malásia, onde um possível encontro no domingo (26.out.2025) entre Trump e Lula deve ocorrer às margens da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). Essa guinada na postura de Trump representa uma reavaliação da situação.
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A aproximação marca uma mudança na estratégia de Trump, que em julho impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e condicionou a normalização das relações à suspensão do julgamento de Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal). O julgamento não foi suspenso e Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Segundo Shannon, outra razão para a aproximação foi a percepção de Trump de que as tarifas sobre produtos brasileiros prejudicariam empresas e consumidores norte-americanos. “Acho que o presidente [Trump] foi exposto, por meio do setor privado norte-americano, a uma espécie de curso intensivo sobre o impacto que essas tarifas teriam no dia a dia de muitos norte-americanos”, afirmou o diplomata.
Shannon detalhou que Trump sentiu-se mal-informado ou induzido ao erro ao impor sanções ao Brasil e assumiu a responsabilidade de reverter o quadro. “O que ele fez, ao estilo Trump, foi transformar um problema bilateral entre dois países em um encontro pessoal positivo, e usou esse encontro para mudar o tom da conversa entre os dois países”, declarou o embaixador. “No mundo da diplomacia, isso é um movimento muito inteligente”, concluiu.
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