Jair Bolsonaro cancela entrevista e DIs caem! Investidores reagem à notícia, reduzindo taxas de juros. Selic sob pressão: analistas preveem 70% de chances de manutenção em 15%
As taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) registraram uma leve diminuição na terça-feira, 23, com investidores demonstrando otimismo após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso por tentativa de golpe de Estado, cancelar uma entrevista. A desistência de Bolsonaro contrabalançou a pressão de alta na curva de juros trazida pelo IPCA-15, que revelou uma inflação de serviços ainda acelerada no Brasil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,27%, com uma redução de 2 pontos-base em relação ao ajuste anterior de 13,288%. A taxa para janeiro de 2035 marcava 13,7%, com uma queda de 4 pontos-base em relação ao ajuste de 13,738%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, uma prévia da inflação oficial, apresentou um valor levemente inferior à projeção de 0,27% de economistas da Reuters. Em novembro, a inflação já havia mostrado um resultado.
A taxa em 12 meses terminou o ano com um avanço acumulado de 4,41%, ante 4,43% das projeções e 4,5% em novembro. O percentual acumulado ainda está distante da meta de inflação medida pelo IPCA, de 3%, mas já se enquadra no intervalo de tolerância, cujo teto é 4,5%.
A abertura do IPCA-15 não foi tão favorável quanto esperado. Cálculos do banco Bmg mostram que a inflação de serviços acelerou de 0,66% para 0,7% em dezembro, com a taxa de serviços subjacentes passando de 0,4% para 0,52% no mesmo período. A inflação em serviços intensivos em mão de obra foi de 0,62% em novembro para 0,65% em dezembro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“O qualitativo de serviços não foi dos melhores”, disse o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano.
A média dos núcleos de inflação calculados pelo Banco Central acelerou de 0,28% para 0,33% em dezembro, conforme o Bmg. A taxa do DI para janeiro de 2028 atingiu a máxima de 13,395% (+11 pontos-base) ainda na primeira hora de negócios. No entanto, a curva de juros passou a perder força após a notícia do cancelamento da entrevista de Bolsonaro.
A analista Laís Costa, da Empiricus Research, previu que a curva precificava cerca de 70% de chances da taxa básica de juros (Selic) permanecer em 15% no final de janeiro, contra 30% de probabilidade de corte de 25 pontos-base.
O rendimento do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – ficou estável, a 4,171%.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!