Fila do Bolsa Família cresce e desafios persistem: 987,6 mil pessoas aguardam benefício em novembro de 2025. Atrasos e complexidade cadastral são apontados.
A fila de famílias elegíveis para o programa Bolsa Família continua a crescer, atingindo 987,6 mil pessoas em novembro de 2025. Esse número representa o quinto mês consecutivo de aumento e é o maior registrado desde julho de 2022, quando a espera envolvia 1,6 milhão de pessoas.
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Esse cenário, que se destaca como um recorde do governo, não está relacionado a uma piora geral da economia, mas sim ao represamento de beneficiários em processos de atualização cadastral.
Em dezembro de 2021, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL), a fila atingiu um pico de 2,8 milhões de pessoas. Outros picos também foram registrados em 2012, 2013, 2014, 2015, 2019, 2020 e 2022. Atualmente, o programa atende 18,7 milhões de famílias, o menor número desde julho de 2022, quando o total era de 18,1 milhões.
Desde a administração de Luiz Inácio Lula da Silva, 2,9 milhões de pessoas deixaram o programa, em grande parte devido ao aumento da renda de seus beneficiários.
Apesar do número de beneficiários em declínio, o programa continua com um alto volume de inscritos na fila de espera. A situação é agravada por diversos fatores, incluindo a exclusão de famílias após a constatação de fraudes e a impossibilidade de recebimento por parte de indivíduos que entregaram a documentação necessária à área de assistência social.
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O governo enfrenta dificuldades para determinar as causas da alta demanda e para garantir a transparência sobre as famílias que foram removidas do programa. O orçamento do Bolsa Família, que consumiu R$ 146,5 bilhões entre janeiro e novembro de 2025, está próximo do limite autorizado para o ano, com apenas R$ 12,1 bilhões disponíveis para os pagamentos de dezembro.
A paralisação das concessões, em um momento de aperto fiscal, tem levado a cortes agressivos no programa, reduzindo o número de beneficiários para 18,7 milhões. Sem essa redução, não haveria recursos para a gestão federal finalizar os pagamentos do ano.
A falta de transparência e a complexidade dos processos de atualização cadastral contribuem para a incerteza e a demora no acesso ao benefício.
O programa já consumiu um montante significativo do orçamento, e a manutenção da fila exige novas medidas, como a solicitação de crédito suplementar ou o bloqueio de verbas de outras áreas. A decisão do Ministério de Desenvolvimento Social de segurar a fila do Bolsa Família pode ter um impacto político para Lula em 2026, ano eleitoral, já que os beneficiários são tradicionalmente o eleitorado mais fiel do petista.
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