Bolsa de Xangai avança 1% e dispara 3.900 pontos com tarifas dos EUA

Analistas apontam que impacto das tarifas americanas é restrito e não deve afetar a tendência de alta sustentada.

15/10/2025 19:48

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Bolsa de Xangai avança 1% e dispara 3.900 pontos com tarifas dos EUA
(Imagem de reprodução da internet).

Mercado Acionário Chinês Recupera-se Após Anúncio de Tarifas Americanas

O mercado acionário da China demonstrou resiliência em 15 de outubro, registrando uma recuperação após a volatilidade provocada pelo anúncio de novas tarifas sobre produtos chineses pelos Estados Unidos. O índice SSE Composite de Xangai apresentou um aumento superior a 1%, ultrapassando os 3.900 pontos.

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Analistas avaliam que o impacto dessas tarifas é limitado e não deve alterar a tendência de longo prazo de crescimento das ações chinesas. A economia chinesa, segundo especialistas, mantém fundamentos sólidos e capacidade de absorver o impacto das medidas protecionistas.

Comércio Chinês Continua em Crescimento Apesar das Tarifas

Em setembro, as exportações totais da China cresceram 8,3% em comparação com o mesmo período de 2023, mesmo com a queda nas vendas para os Estados Unidos. Dados da Administração Geral das Alfândegas revelam que, nos três primeiros trimestres de 2025, o comércio entre a China e os países da Iniciativa Cinturão e Rota atingiu RMB 17,37 trilhões, um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior.

Esse volume comercial representou 51,7% do total das importações e exportações chinesas. As exportações de produtos eletromecânicos somaram RMB 12,07 trilhões, com um crescimento de 9,6%, correspondendo a 60,5% do total exportado.

Análise dos Especialistas e Perspectivas de Mercado

Yuan Fang, analista da SDIC Securities, considera que as tarifas norte-americanas têm um efeito restrito nas exportações, impulsionadas pela demanda global e pela competitividade dos produtos chineses. Ele também destaca que a tarifa de 100% anunciada para novembro tende a ter um impacto limitado, considerando que o mercado já demonstrou menor sensibilidade após medidas semelhantes em abril e durante as tensões comerciais de 2018.

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Liu Yu, economista-chefe da Huaxi Securities, acredita que tarifas excessivas não se sustentam no longo prazo. Ele lembra que, após o aumento das tarifas em abril, as importações norte-americanas da China caíram em maio, mas os EUA não conseguiram substituir os fornecedores chineses, o que levou a novas negociações comerciais.

Fang Yi, analista da Guotai Haitong Securities, ressalta que o mercado teme uma repetição do cenário de abril, mas o contexto atual é mais estável. Ele enfatiza que o sentimento dos investidores melhorou e que, diante de riscos externos, o foco deve estar nas expectativas de longo prazo.

Fang vê os choques tarifários como fatores de curto prazo e acredita que as quedas recentes podem representar oportunidades de compra, apoiadas na transformação estrutural da economia chinesa e na crescente busca por ativos de qualidade.

Li Qiusuo, analista da China International Capital Corporation (CICC), destaca que a reestruturação da ordem monetária global e a menor atratividade dos ativos em dólar fortalecem o renminbi (RMB). Ele acrescenta que o desempenho do setor de tecnologia e a avaliação equilibrada do mercado acionário sustentam a atual tendência de alta.

Com a aproximação da divulgação da 15ª Estratégia Quinquenal, Li projeta continuidade na valorização dos ativos chineses.

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