Eleitores confrontam projeto de centro-direita e agenda neoliberal radical em país polarizado.
A Bolívia celebra um domingo (19) marcante com a realização do segundo turno de suas eleições presidenciais. Este evento simboliza o encerramento de quase duas décadas de governos de esquerda no país. Pela primeira vez desde a reforma constitucional de 2009, os cidadãos bolivianos participam de uma rodada final de votação, com dois candidatos de oposição, resultado de uma crise interna no Movimento ao Socialismo (MAS), envolvendo o ex-presidente Evo Morales e o atual líder, Luis Arce.
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A disputa pela presidência se concentra entre dois políticos com orientações de direita, porém com abordagens distintas. Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, surpreendeu ao liderar o primeiro turno. Paz Pereira propõe um modelo de “capitalismo para todos” e a descentralização do Estado, buscando atrair eleitores insatisfeitos com a polarização política. Ele é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora e pretende dialogar com líderes regionais, incluindo o presidente do Brasil.
Seu principal adversário é Jorge “Tuto” Quiroga, da aliança Liberdade e Democracia. Quiroga, que já exerceu o cargo de presidente interino entre 2001 e 2002, representa uma direita mais alinhada ao neoliberalismo. Ele defende medidas como o corte de empregos públicos e a privatização de recursos naturais. Quiroga já foi ministro no governo de seu rival, Evo Morales, e busca inspiração em presidentes de países como El Salvador e do Equador.
Independentemente do resultado, o próximo presidente boliviano enfrentará um cenário complexo. O novo governo não terá maioria no Parlamento, o que exigirá a formação de alianças políticas em um ambiente propenso a instabilidade e agitações sociais.
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