Polícia Federal e BNDES unem forças contra lavagem de dinheiro por fintechs. Acordo visa combater crimes financeiros sofisticados e fortalecer o sistema financeiro nacional
Um novo acordo de cooperação foi formalizado nesta segunda-feira (22) entre a Polícia Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo central é combater o crescente uso de fintechs por organizações criminosas para realizar lavagem de dinheiro.
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A iniciativa surge em resposta à sofisticação de esquemas criminosos que utilizam tecnologias para transferir grandes quantias de recursos, muitas vezes intimidando servidores de instituições financeiras ou comprando operações. O presidente do BNDES, Andrei Marek Mercadante, destacou que a forma como o crime organizado opera hoje é radicalmente diferente do passado, com o uso de laptops e transferências de centenas de milhares de reais.
A assinatura do acordo reuniu autoridades da Polícia Federal, do BNDES e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O objetivo é criar um “observatório do impacto do crime financeiro”, que quantificará e monitorará os crimes financeiros, fazendo diagnósticos sobre o tema.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, enfatizou que a colaboração entre a PF e o BNDES é “mandatória”, alertando que instituições que não se somarem ao combate ao crime no sistema financeiro devem ser “banidas”. Sidney também alertou sobre a infiltração do crime organizado nos tecidos da economia.
A iniciativa surge após a Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto passado pela Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo. A operação revelou a sofisticação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na lavagem de dinheiro, e a Febraban implementou uma autorregulação para que as instituições financeiras adotassem controles de integridade.
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O inquérito aponta que o PCC assumiu o controle de refinarias, distribuidoras, mais de 1.2 mil postos e adulterou combustíveis comercializados em vários estados, inserindo-se no mercado financeiro para escoar bilhões. Uma fintech atuava praticamente como o “banco paralelo do crime organizado”.
O presidente do BNDES, Andrei Mercadante, ressaltou que o combate a esses crimes financeiros é “imprescindível” para garantir o desenvolvimento do Brasil, o investimento e a geração de emprego. Ele enfatizou a necessidade de enfrentar com rigor, firmeza, integração, cooperação, investimento, capacitação, tecnologia, independentemente da nomenclatura da facção criminosa, que ele considera “glamorizar o crime”.
Mercadante propôs um prazo de seis meses para que todas as fintechs se regularizem, alertando que as que não o fizerem devem ser fechadas.
O acordo de cooperação técnica visa fortalecer a capacidade do sistema financeiro brasileiro de detectar e combater o crime financeiro, reconhecendo a importância da inovação e do surgimento de novas modalidades de lavagem de dinheiro. A colaboração entre a Polícia Federal, o BNDES e a Febraban é vista como um passo crucial para proteger a economia e garantir a solidez do sistema financeiro nacional.
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