Blue Zone: Impasse no credenciamento e custos ameaçam participação na COP30

Impasse no credenciamento da Blue Zone e custos excessivos de hospedagem colocam em risco a participação ativa do Brasil na conferência climática de Belém.

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(Imagem de reprodução da internet).

COP30: Desafios e Expectativas em Belém

Em 30 dias, a COP30 se inicia em Belém, com a abertura da cúpula de líderes, reunindo chefes de Estado. A presidência brasileira da conferência climática trabalha para propagar uma agenda com avanços tangíveis, como o número de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) se aproximando de 60 países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também assumiu um papel maior, especialmente durante a Semana do Clima de Nova York, onde a COP30 foi lembrada em seus pronunciamentos oficiais na Assembleia Geral da ONU.

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Infraestrutura e Logística: Desafios na Organização

Apesar dos esforços, a corrida para uma conferência bem-sucedida enfrenta obstáculos críticos, como a crise logística de hospedagem. Embora ações conjuntas tenham gerado algum progresso nas confirmações de delegações, a situação ainda é delicada. Em visita ao Parque da Cidade, local do evento, Lula reconheceu as limitações da infraestrutura local, incluindo problemas de drenagem e pobreza. Ele anunciou que não dormiria em hotel, preferindo um barco, em um gesto de proximidade e para demonstrar que a COP não seria um evento de luxo.

Participação Empresarial e Acesso à Blue Zone

O número de inscritos ultrapassou 55 mil, sinalizando forte interesse global. No entanto, apenas 87 países reservaram hospedagem, enquanto 81 seguem em tratativas. A pressão por badges de acesso à Blue Zone, o espaço de negociações oficiais, ameaça esvaziar a participação do setor privado, que detém grande parte das emissões. A questão está fora da alçada de Dan Ioschpe, climate champion da COP30, e a busca por soluções é crucial para garantir que a transição energética seja viabilizada.

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Estratégias para a Participação Empresarial

A presença do setor privado nas COPs é um tema controverso, devido a históricos de pressões e influências negativas. No entanto, especialistas reconhecem que sem capital privado, os investimentos e a cooperação de negócios emissores se tornam inalcançáveis. A SB COP, iniciativa da Confederação Internacional da Indústria (CNI), busca replicar modelos de outros fóruns, como o B20 no G20, e apresentar casos de sucesso reais, em vez de listas extensas de propostas. O chair da SB COP, Ricardo Mussa, defende que o setor privado precisa demonstrar capacidade de entrega concreta, e acredita que a participação empresarial pode funcionar muito bem, focando em soluções.

O Relógio Corre

Com a cúpula de chefes de Estado e de governo marcada para 6 e 7 de novembro, o Brasil precisa encontrar rapidamente o equilíbrio entre viabilizar a participação qualificada do setor privado e evitar a captura das negociações por interesses contrários ao avanço climático. A presidência brasileira se estenderá até novembro de 2026, mas o evento em Belém será o momento decisivo para demonstrar se o país consegue traduzir protagonismo diplomático em resultados concretos. A questão permanece: o modelo conseguirá equilibrar acesso às negociações com salvaguardas contra captura por interesses contrários ao clima? E mais urgente: haverá acesso suficiente para testá-lo?

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